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    Militares israelenses prometem responder ao ataque do Irã, em meio a pedidos de contenção

    Benjamin Netanyahu convocou seu gabinete de guerra pela segunda vez em menos de 24 horas para ponderar sobre como reagir ao primeiro ataque direto do Irã contra Israel

    Soldados israelenses (Foto: REUTERS/Lisi Niesner)

    JERUSALÉM (Reuters) - O chefe militar de Israel disse nesta segunda-feira que seu país responderá ao ataque com mísseis e drones do Irã no fim de semana, em meio a pedidos por contenção de aliados ansiosos para evitar uma escalada do conflito no Oriente Médio.

    O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocou seu gabinete de guerra pela segunda vez em menos de 24 horas para ponderar sobre como reagir ao primeiro ataque direto do Irã contra Israel em todos os tempos, disse uma fonte do governo.

    O chefe do Estado-Maior militar de Israel, Herzi Halevi, afirmou que o país responderá, mas não deu mais detalhes. “Esse lançamento de tantos mísseis, mísseis de cruzeiro e drones em território israelense, será respondido”, disse Halevi, na base aérea de Nevatim, no sul de Israel, que sofreu alguns danos no ataque da noite de sábado.

    O ataque do Irã -- em retaliação a um ataque aéreo contra o seu complexo da embaixada em Damasco em 1º de abril supostamente por Israel -- aumentou temores de uma guerra aberta entre Israel e Irã e as preocupações de que a violência de Gaza possa se espalhar pela região.

    Receoso com os riscos, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse a Netanyahu que os EUA não participarão de qualquer contra-ofensiva israelense contra o Irã, disseram autoridades no domingo.

    Desde o começo da guerra em Gaza em 7 de outubro, houve conflitos entre Israel e grupos alinhados ao Irã no Líbano, Síria, Iêmen e Iraque. Israel afirmou que quatro dos seus soldados foram feridos centenas de metros dentro de território libanês durante a noite.

    Pareceu ser o primeiro incidente do tipo desde a eclosão da guerra em Gaza, embora tenha havido meses de trocas de ataques entre Israel e o grupo armado libanês Hezbollah.

    “Estamos à beira do precipício e temos que nos afastar dele”, afirmou Josep Borrell, chefe de relações exteriores da União Europeia, à emissora de rádio espanhola Onda Cero. “Temos que pisar no freio e dar ré.”

    O presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, fizeram apelos similares. Washington e o secretário-geral da ONU, António Guterres, também pediram contenção.

    O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, se recusou nesta segunda-feira a dizer durante um briefing se Biden pediu para que Netanyahu se contenha na resposta ao ataque, em conversas na noite de sábado.

    “Não queremos ver uma guerra com o Irã. Não queremos ver um conflito regional”, disse Kirby, acrescentando que dependerá de Israel decidir “se e como responderá”.

    Países como França, Bélgica e Alemanha convocaram os embaixadores iranianos. O Ministério das Relações Exteriores francês afirmou que a França estava trabalhando com seus parceiros para desanuviar a situação.

    A Rússia absteve-se de criticar publicamente o seu aliado Irã por causa dos ataques, mas manifestou preocupação com o risco de escalada nesta segunda-feira e apelou também à contenção.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que "uma nova escalada não é do interesse de ninguém".

    O Irã lançou seu ataque após os assassinatos de sete oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana em Damasco em 1º de abril, incluindo dois comandantes seniores. Israel não confirmou nem negou ter realizado aquele ataque.

    O ataque de retaliação do Irã, que envolveu mais de 300 mísseis e drones, causou danos modestos em Israel e feriu uma menina de 7 anos. A maioria foi abatida pelo sistema de defesa israelita Domo de Ferro e com a ajuda dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia.

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