Musk contrata consultoria ligada ao Partido Republicano para administrar crise do X no Brasil
Targeted Victory também trabalhou para o Departamento de Estado durante a administração Trump
247 – Em um desenvolvimento intrigante que mistura tecnologia e política internacional, a plataforma X, de propriedade de Elon Musk, parece ter contratado uma conhecida consultoria republicana para gerenciar as mensagens sobre a suspensão da plataforma no Brasil. A informação foi confirmada após a revista Wired solicitar um comentário sobre a situação que rapidamente evolui no país.
A resposta veio de Michael Abboud, diretor administrativo da Targeted Victory, uma firma conservadora de consultoria e relações públicas. O histórico de Abboud inclui trabalhos para o Departamento de Estado no último ano da administração Trump e como secretário de imprensa da campanha do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy.
A Targeted Victory acumulou contratos este ano eleitoral com várias campanhas republicanas e comitês de ação política (PACs), ultrapassando os $75 milhões, de acordo com o OpenSecrets. O Comitê Nacional Republicano é o maior cliente do grupo, tendo despendido US$11,1 milhões com a firma entre janeiro de 2023 e maio de 2024.
Em um movimento que poucos esperavam, Elon Musk recentemente se tornou mais aberto sobre suas visões políticas. Em julho, após uma tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, Musk declarou apoio à sua candidatura à presidência. Ele também mencionou a intenção de estabelecer um PAC para apoiar Trump, prometendo US$ 45 milhões por mês, embora tenha recuado sobre o valor exato posteriormente.
A resposta por e-mail da Targeted Victory em nome da X é particularmente notável; jornalistas que contatam a equipe de imprensa da X raramente recebem uma resposta. Quando Musk assumiu o controle do Twitter em 2022, uma de suas primeiras ações como CEO foi demitir um número substancial dos 6.000 funcionários da empresa, o que incluiu a maioria da equipe de confiança e segurança e também a equipe de comunicações.
Quase um ano depois, a resposta automática ao e-mail de imprensa retornava o emoji de cocô. Mais recentemente, a resposta automática diz “Ocupado agora, por favor, volte mais tarde.”
Entretanto, X e Musk têm enfrentado um período particularmente difícil aos olhos do público nas últimas semanas. Após a X violar uma ordem judicial de abril do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, que exigia que a empresa removesse certas contas e conteúdos que, segundo o tribunal, espalhavam desinformação sobre a integridade das eleições do país, o juiz Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio do acesso à plataforma no Brasil. O país é o terceiro maior mercado da X, e por meses, Musk tem criticado Moraes online, chamando-o de ditador, acusando o tribunal de censura e até comparando-o ao vilão Lord Voldemort da saga Harry Potter.
Enquanto isso, Nick Pickles, chefe de assuntos globais da empresa, anunciou na quinta-feira que estava renunciando, e investidores têm dito que seus investimentos na empresa estão se saindo substancialmente piores do que qualquer um havia previsto.
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