Musk sugere que Zelensky permita 'transição democrática' na Ucrânia para não ser investigado por lavagem de dinheiro
Bilionário apoia investigações de corrupção contra presidente ucraniano após fim do conflito
247 – O bilionário Elon Musk, assessor especial do presidente estadunidense Donald Trump, sugeriu que o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, deveria permitir uma transição pacífica de poder em troca de imunidade contra investigações de lavagem de dinheiro. A declaração foi feita na rede social X na terça-feira (3) e ocorreu em resposta a um post que afirmava que Zelensky perderia uma eleição quando o conflito com a Rússia terminasse e que estaria tentando se manter no poder prolongando a guerra.
"Zelensky sabe que, se a guerra acabar, seu poder também acaba. As eleições serão retomadas e ele perderá", escreveu Rogan O’Handley na plataforma. O influenciador também afirmou que o vencedor da eleição provavelmente investigaria Zelensky por lavagem de dinheiro e poderia enviá-lo à prisão. Musk concordou com a tese e acrescentou: "Por mais desagradável que seja, Zelensky deveria receber algum tipo de anistia em um país neutro em troca de uma transição pacífica de volta à democracia na Ucrânia".
As declarações de Musk ocorrem em meio a uma crise diplomática entre Zelensky e o governo dos Estados Unidos. Na sexta-feira (1), durante uma reunião acalorada na Casa Branca com o presidente Donald Trump e o vice-presidente J.D. Vance, Zelensky afirmou que não havia possibilidade de negociação com a Rússia. Trump, por sua vez, acusou o líder ucraniano de ser ingrato e "brincar com a Terceira Guerra Mundial" ao se recusar a buscar um acordo de paz. O encontro terminou com Zelensky sendo convidado a deixar a Casa Branca sem a realização de uma coletiva de imprensa conjunta ou a assinatura de um esperado acordo sobre minerais.
Após o episódio, Musk intensificou suas críticas ao presidente ucraniano, acusando-o de querer uma "guerra eterna". "Vários anos atrás, ele optou por sofrer grandes perdas humanas sem obter ganhos, em vez de buscar a paz. Agora quer repetir essa escolha, o que é cruel e desumano", afirmou o bilionário.
A situação política de Zelensky também tem gerado questionamentos dentro dos Estados Unidos. Após o fracasso da reunião em Washington, vários parlamentares republicanos, incluindo o presidente da Câmara, Mike Johnson, e o senador Lindsey Graham, sugeriram que o líder ucraniano deveria renunciar. Trump também expressou dúvidas sobre a permanência de Zelensky no cargo, afirmando que ele teria apenas 4% de apoio dentro da Ucrânia e não sobreviveria a uma eleição.
Em contrapartida, Zelensky insiste que possui amplo apoio da população ucraniana e que sua permanência no governo não seria facilmente contestada. Em entrevista à Sky News no domingo (2), ele sugeriu que poderia abrir mão da presidência caso isso facilitasse a entrada da Ucrânia na OTAN.
Trump, no entanto, rechaçou a possibilidade de Kiev integrar a aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Para ele, o desejo ucraniano de ingressar na OTAN foi "provavelmente a razão pela qual tudo isso começou". O governo russo recebeu as declarações de Trump com entusiasmo. O chanceler Sergei Lavrov afirmou que o ex-presidente é "o primeiro e único líder ocidental de peso" a admitir que a expansão da OTAN e a aspiração ucraniana de aderir ao bloco foram fatores-chave para o início do conflito.
O posicionamento de Musk adiciona uma nova camada de complexidade ao debate sobre o futuro da Ucrânia e o papel dos Estados Unidos na guerra, especialmente diante das próximas eleições americanas, que poderão redefinir a estratégia de Washington em relação ao conflito.
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