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    Na Faixa de Gaza, palestinos fazem orações do Ramadã em ruínas de mesquita

    Dezenas de fiéis ajoelharam em filas na rua, perto dos destroços da mesquita al-Farouk, em Rafah

    Palestinos caminham no dia das orações da primeira sexta-feira durante o Ramadã perto das ruínas de mesquita destruída, em Rafah (Foto: Mohammed Salem / Reuters)

    RAFAH, Faixa de Gaza (Reuters) - Os palestinos em Gaza realizaram as orações da primeira sexta-feira do Ramadã ao lado das ruínas de uma mesquita destruída pela ofensiva de Israel, uma entre as centenas que as autoridades comandadas pelo Hamas dizem ter sido danificadas ou demolidas em ataques israelenses desde outubro.

    Dezenas de fiéis ajoelharam em filas na rua, perto dos destroços da mesquita al-Farouk, em Rafah, colocando seus tapetes de oração à sombra de um minarete branco que marca tudo o que restou do prédio.

    As palavras "mesquita Al-Farouk" foram pintadas na lateral de uma marquise na rua, servindo como local temporário de culto em meio à desolação urbana ao redor.

    Bem mais de 1 milhão de palestinos estão amontoados em Rafah, buscando refúgio da campanha militar israelense que devastou grande parte da Faixa de Gaza desde o início do conflito em outubro, em resposta ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.

    Abu Jehad, um advogado que fugiu da Cidade de Gaza, ao norte, para Rafah, no extremo sul do estreito e densamente povoado enclave, disse que havia participado das orações desta sexta-feira em um campo.

    "Toda a terra é a terra de Deus, portanto, podemos rezar em qualquer lugar. A ocupação não pode nos privar disso", disse o pai de seis filhos, referindo-se a Israel.

    Pessoas rezavam em tendas, mesquitas danificadas e nas ruas, disse Abu Jehad, que foi contatado por telefone.

    As orações de sexta-feira são particularmente concorridas durante o Ramadã, mês sagrado em que os muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol, orando e passando tempo com a família e os amigos.

    Mediadores dos Estados Unidos, do Egito e do Catar tentaram, sem sucesso, garantir um cessar-fogo a tempo para o Ramadã, que começou no início desta semana.

    O escritório de mídia do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, diz que os ataques israelenses destruíram completamente 223 mesquitas e parcialmente outras 289, além de três igrejas.

    O Exército israelense não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as orações da primeira sexta-feira do Ramadã em Gaza.

    A guerra em Gaza foi desencadeada quando os combatentes do Hamas invadiram Israel em um ataque que matou 1.200 pessoas e resultou na tomada de outras 253 como reféns, segundo registros israelenses.

    A ofensiva militar de Israel matou desde então mais de 30.000 pessoas, de acordo com autoridades de saúde em Gaza.

    (Reportagem de Bassam Massoud em Rafah, Nidal al-Mughrabi no Cairo e James Mackenzie em Jerusalém)

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