Navio cargueiro russo explode e naufraga no Mar Mediterrâneo
Das 16 pessoas que compunham a tripulação, 14 foram resgatadas, enquanto outras duas permanecem desaparecidas
247 - Uma explosão na sala de máquinas resultou no naufrágio do navio cargueiro russo Ursa Major no Mar Mediterrâneo, ao sul da Espanha, na noite da última segunda-feira (23). Segundo a CNN, das 16 pessoas que compunham a tripulação, 14 foram resgatadas, enquanto outras duas permanecem desaparecidas. O incidente, que inicialmente parecia um acidente isolado, desencadeou uma onda de especulações sobre as atividades marítimas russas na região.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou o naufrágio, enquanto a agência de resgate marítimo da Espanha emitiu alertas às embarcações próximas, destacando o risco de destroços no local. Operado pela Oboronlogistika, uma empresa sancionada pelos Estados Unidos desde 2022, o cargueiro navegava pelo Mediterrâneo após cruzar o Estreito de Gibraltar. A embarcação transportava guindastes destinados à infraestrutura portuária em Vladivostok, segundo a operadora.
No entanto, o incidente ganhou contornos mais tensos após a Diretoria Principal de Inteligência da Ucrânia (GUR) questionar o real destino do navio. Horas antes do naufrágio, segundo a reportagem, a agência publicou nas redes sociais que o Ursa Major estaria transportando armas e equipamentos militares para fora da Síria, onde a Rússia mantém uma base em Tartus.
A CNN também corroborou informações de fontes dos Estados Unidos e aliados sobre a retirada de tropas e equipamentos russos da Síria, sugerindo que Moscou estaria ajustando sua presença militar no Oriente Médio. O Departamento de Estado dos EUA reforçou as suspeitas, destacando o papel da Oboronlogistika no transporte de bens militares russos, o que coloca o incidente sob um escrutínio ainda maior.
A explosão e o naufrágio ocorrem em um contexto de intensificação das tensões geopolíticas no Mediterrâneo. A retirada parcial de recursos militares russos da Síria, se confirmada, representaria uma mudança significativa na postura de Moscou na região, tradicionalmente vista como estratégica para o Kremlin.
Especialistas apontam que a fragilidade do governo de Bashar al-Assad, aliado histórico da Rússia, somada à guerra em curso na Ucrânia, pode estar forçando Moscou a redistribuir seus recursos e recalibrar suas prioridades estratégicas. A presença russa na Síria foi fundamental para a sobrevivência do governo de Assad durante a guerra civil, mas a diminuição do apoio pode alterar o equilíbrio de forças na região.
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