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    Negociações no Cairo começam sob impasse enquanto Israel recusa condições do cessar-fogo

    Delegação do grupo palestino Hamas desembarcou no Cairo na noite deste sábado em meio às negociações de cessar-fogo

    Bandeiras do Hamas, de Israel e Benjamin Netanyahu (Foto: Reuters)

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    247 - As negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuam enfrentando obstáculos, especialmente com a postura intransigente do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Embora os Estados Unidos tenham expressado na última semana otimismo em relação à obtenção de um acordo com Tel Aviv, os detalhes não foram divulgados, e a realidade no terreno indica que Israel está longe de atender às exigências mínimas para encerrar o conflito.

    Nas conversas realizadas neste domingo (25) no Cairo, uma nova rodada de negociações com a participação de altos oficiais de Israel, Egito, Qatar e o diretor da CIA, Bill Burns, tentará avançar na busca por um cessar-fogo e a troca de prisioneiros. No entanto, o principal ponto de divergência continua sendo a exigência de Israel em manter uma presença militar no Corredor Philadelphi, uma faixa de terra que separa a Faixa de Gaza, governada pelo movimento de resistência Hamas, do Egito. Netanyahu insiste que as tropas israelenses devem permanecer no local para e impedir o envio de armas para o grupo. Este ponto é considerado um dos principais obstáculos para as negociações de paz no momento.

    Enquanto isso, Gaza reitera sua demanda pelo total afastamento das tropas israelenses, incluindo a retirada do corredor. Segundo o Hamas, a insistência de Netanyahu em manter as forças no local e em outros pontos da Faixa de Gaza contradiz a proposta de cessar-fogo apoiada pelos Estados Unidos em maio.

    Neste domingo, negociadores do Hamas afirmaram que a delegação focará em duas demandas principais: o cessar-fogo e a troca de prisioneiros. No entanto, o conselheiro de mídia do líder político do Hamas, Taher El-Nounou, expressou ceticismo, afirmando que, embora participem das negociações, "não esperamos avanços significativos, pois o outro lado é criminoso e violará suas obrigações."

    Enquanto o Hamas pressiona por um cessar-fogo e o retorno de prisioneiros, a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia ocupada, fez declarações insistindo que o Hamas reconheça a liderança única e legítima dos palestinos. Riyad al-Maliki, conselheiro de Mahmoud Abbas, declarou que o "Hamas deve aceitar que há apenas uma liderança palestina, uma lei palestina e uma arma legítima", referindo-se à Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

    Apesar dos esforços diplomáticos internacionais, com o Qatar, Egito e os Estados Unidos oferecendo a "proposta ponte" para tentar resolver o impasse, a situação no terreno permanece tensa, com Netanyahu exigindo a presença constante das FDI no território palestino. O regime israelense de extrema-direita está sob pressão, inclusive internamente, com protestos regulares em Tel Aviv exigindo a libertação dos reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. No entanto, as negociações parecem estar em um ciclo vicioso, enquanto o número de mortos palestinos, que já ultrapassou os 40 mil, continua a aumentar com os ataques incessantes das forças sionistas. (Com informações da Sputnik). 

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