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    Pesquisa mostra que OEA usou método e dados incorretos para concluir "fraude" na Bolívia

    Um exame atento dos dados das eleições bolivianas sugere que foi falha a análise da Organização dos Estados Americanos (OEA), que fez acusações de fraude eleitoral contra o presidente Evo Morales e ajudou assim a fomentar um golpe de Estado

    A contestação do resultado eleitoral, baseada em falsidades, levou a um golpe de Estado na Bolívia

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    247 - Quando começou a contagem preliminar de votos da eleição presidencial na Bolívia, em 20 de outubro de 2019, instaurou-se um clima de tensão política provocado pela oposição de direita, que seria derrotada mais uma vez nas urnas, segundo os dados da apuração. 

    As acusações de fraude suscitaram manifestações de protesto, depois intensificadas com a presença o país da Organização dos Estados Americanos (OEA), que foi convidada a avaliar os resultados eleitorais. 

    A declaração da OEA, apontando para "uma mudança inexplicável" que "altera drasticamente o destino das eleições", levantou suspeitas sobre a votação e provocou uma série de eventos que mudaram a história da nação sul-americana, afirmam os jornalistas Anatoly Kurmanaev e Maria Silvia Trigo no New York Times. 

    "A oposição aproveitou a reivindicação para intensificar os protestos, reunir apoio internacional e, semanas depois, retirou Morales do poder com apoio militar".

    Um estudo de pesquisadores independentes, usando dados obtidos pelo The New York Times das autoridades eleitorais da Bolívia, constatou que a análise da Organização dos Estados Americanos foi falha.

    "Os pesquisadores descobriram que a conclusão de que os votos de Morales aumentaram inexplicavelmente quando a contagem recomeçou foi baseada em dados incorretos e técnicas estatísticas inadequadas", diz a reportagem do New York Times.

    "A queda de Morales abriu caminho para um governo provisório de extrema direita, liderado por Jeanine Áñez Chávez. O novo governo perseguiu os apoiadores do ex-presidente, silenciando dissidentes e trabalhando para consolidar seu controle de poder. [...] Sete meses após a queda de Morales, a Bolívia não tem um governo eleito ou uma data oficial de eleição.”

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