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    "Nos preocupa a China ser o maior parceiro comercial do Brasil", diz representante comercial dos EUA

    O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, manifestou a preocupação do governo norte-americano com os investimentos e a parceria comercial crescente que a China mantém com o Brasil. "Eles são o maior parceiro comercial do Brasil, então é algo que nos preocupa”, disse

    Robert Lighthizer (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
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    Reuters - As principais autoridades norte-americanas exortaram o Brasil a monitorar cuidadosamente os investimentos chineses no país e os movimentos de Pequim para expandir sua influência na maior economia da América Latina por meio da venda de tecnologia 5G pela Huawei Technologies. 

    O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, ressaltou o desejo do governo do presidente Donald Trump de expandir os laços econômicos com o Brasil, mas minimizou perspectivas de um acordo de livre-comércio abrangente, dada a atual oposição do Congresso.

    Lighthizer disse que os acordos comerciais alcançados com o Brasil na segunda-feira abririam o caminho para novas negociações sobre aço, etanol e açúcar e promoveriam maiores investimentos dos EUA, num momento em que Washington se move para fornecer um contrapeso à expansão da China na região.

    “Eu diria claramente que há um elemento China... em tudo o que todos nós fazemos”, disse Lighthizer em evento organizado pela Câmara Americana de Comércio. “A China tem feito movimento muito significativo no Brasil. Eles são o maior parceiro comercial do Brasil, então é algo que nos preocupa.”

    Os comentários de Lighthizer fazem parte de uma ampla campanha dos Estados Unidos para convencer o Brasil a evitar investimentos em tecnologia 5G da China e reduzir sua dependência das importações chinesas.

    O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que o governo norte-americano instou o presidente Jair Bolsanaro e outras autoridades brasileiras a acompanhar de perto os investimentos e tecnologias avançadas da China, como fez Washington.

    “Incentivamos o Brasil... a tentar trabalhar junto para garantir que vigiemos a China com atenção no que diz respeito a todos os tipos de tecnologia e telefonia e 5G”, disse ele no evento.

    “Temos atuado aqui nos Estados Unidos, continuamos avançando, e é minha grande esperança que o Brasil atue conosco”, acrescentou. “Esperamos que o Brasil também mantenha um olhar crítico e cuidadoso sobre os investimentos chineses.”

    O embaixador norte-americano em Brasília, Todd Chapman, alertou em julho que o país pode enfrentar “consequências” se permitir a Huawei em sua rede 5G, referindo-se aos avisos dos EUA de que a China não consegue proteger a propriedade intelectual.

    Os EUA intensificaram os esforços para limitar o papel da Huawei na implementação da tecnologia de alta velocidade de quinta geração no Brasil nos últimos meses. Os EUA acreditam que a Huawei entregará dados ao governo chinês para espionagem, uma afirmação que a Huawei nega.

    Chapman disse no evento da Câmara de Comércio que Estados Unidos e Brasil pretendem dobrar o comércio bilateral em cinco anos ante valor atual de cerca de 100 bilhões de dólares.

    Ele disse que o acordo assinado na segunda-feira representa um avanço substancial nos laços comerciais e ajudaria a facilitar futuras negociações.

    Segundo Chapman, Estados Unidos e o Brasil também estão discutindo cooperação militar de “nível estratégico” e buscando formas de aumentar o intercâmbio de tecnologia.

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