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    Novo governo de coalizão pró-UE da Romênia enfrenta crise política e desafios econômicos

    Novo gabinete de Marcel Ciolacu enfrenta oposição nacionalista e desafios fiscais

    Pessoas participam de um comício pró-europeu antes do segundo turno das eleições presidenciais em Bucareste, Romênia, em 5 de dezembro de 2024 (Foto: REUTERS/Andreea Campeanu)
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    247 - O novo governo de coalizão da Romênia, liderado pelo primeiro-ministro social-democrata, Marcel Ciolacu, venceu nesta segunda-feira (23) um voto de confiança no parlamento. Agora, a coalizão enfrenta o desafio de tirar o país de uma crise política marcada por acusações de interferência externa nas eleições presidenciais, anuladas por decisão da Suprema Corte.

    A crise teve início uma semana antes das eleições parlamentares. Em 24 de novembro, a Romênia realizou o primeiro turno da eleição presidencial, no qual o candidato independente Calin Georgescu, considerado pró-Rússia, obteve 22,94% dos votos, enquanto Elena Lasconi, líder da União Salve a Romênia (USR) e defensora de uma parceria com a Otan e os Estados Unidos, ficou em segundo lugar com 19,18%. O segundo turno estava programado para 8 de dezembro, mas, em 6 de dezembro, o Tribunal Constitucional do país anulou os resultados do primeiro turno, permitindo a repetição do pleito. A decisão foi criticada tanto por Georgescu quanto por Lasconi.

    No parlamento, a coalizão pró-europeia é composta pelos Social-Democratas de Ciolacu, os Liberais de centro-direita e o Partido Étnico Húngaro UDMR, além de representantes de minorias, totalizando cerca de 54% das cadeiras no legislativo. No entanto, o apoio aos partidos tradicionais foi abalado por crises sucessivas, como a pandemia de coronavírus, a guerra na Ucrânia e tensões políticas, somadas a acusações de corrupção. Como reflexo desse descontentamento, três partidos nacionalistas de direita conquistaram aproximadamente 35% das cadeiras na votação parlamentar de 1º de dezembro.

    O novo gabinete terá a difícil missão de estabilizar o país. O PSD controlará oito ministérios, incluindo justiça, transporte, trabalho e defesa, mantendo a maior parte de seus ministros atuais. O Partido Liberal (PNL) ficará com seis pastas, entre elas energia, interior e relações exteriores. Já o partido étnico húngaro UDMR assumirá duas pastas, incluindo finanças.

    Entre os desafios está a aprovação de um calendário para a repetição da eleição presidencial em dois turnos. Para evitar o avanço de Georgescu, os três partidos da coalizão concordaram em apoiar um único candidato. Além disso, o governo precisará enfrentar a tarefa de reduzir o déficit orçamentário, atualmente em 8,6% do PIB - o maior da União Europeia -, para cerca de 7% em 2025. Analistas e agências de classificação de risco apontam que aumentos de impostos serão inevitáveis. (Com agências).

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