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      “O BRICS é essencial no combate às desigualdades”, diz negociador-chefe do Brasil no bloco

      Mauricio Lyrio falou sobre as prioridades do brasil na liderança do bloco e os principais desafios do cenário internacional

      Embaixador Maurício Lyrio (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - O governo do presidente Lula (PT) anunciou que o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio será o negociador-chefe do Brasil no BRICS durante a presidência temporária do país no bloco. Em entrevista ao portal BRICS Brasil, Lyrio falou sobre a importância do BRICS no cenário global, suas iniciativas para o fortalecimento da cooperação internacional e os desafios que o Brasil enfrentará na coordenação do grupo.

      Composto por 11 países em desenvolvimento, o BRICS tem se destacado por sua capacidade de promover a cooperação entre economias emergentes e fortalecer suas vozes nas questões globais. 

      Prioridades brasileiras na liderança do BRICS - O Brasil já delineou as principais prioridades para sua presidência do BRICS, que incluem o fortalecimento das relações econômicas e financeiras entre os países membros, a cooperação em saúde, o combate às mudanças climáticas e o avanço no uso ético da inteligência artificial. Lyrio explicou que o país buscará integrar essas pautas para garantir um impacto positivo tanto no bloco quanto no cenário internacional. "Algumas já estão definidas, como o desenvolvimento social e econômico, com ênfase no combate à fome e à pobreza, além do fortalecimento da cooperação em saúde, já que muitas doenças afetam mais os países do grupo", detalhou.

      O embaixador ainda listou outras ações prioritárias, como a ampliação da parceria econômica, com foco no aumento do comércio, investimentos e cooperação financeira, destacando o papel crucial do Banco do BRICS e o financiamento de infraestrutura sustentável. A mudança climática também ocupará um lugar central nas discussões, com o Brasil liderando as negociações para financiamento climático e coordenando esforços para a COP30, evento que ocorrerá no Brasil em 2024.

      Além disso, o Brasil trabalhará para garantir que a inteligência artificial seja aplicada de forma a reduzir as desigualdades globais e impulsionar o desenvolvimento sustentável. "A inteligência artificial é um tema central para o BRICS, com grande potencial para impactar positivamente áreas como saúde, combate à mudança do clima e educação", afirmou Lyrio, alertando, no entanto, para os riscos associados ao uso inadequado da tecnologia, como a substituição de empregos e a proliferação de fake news.

      Cenário global - Questionado sobre os boatos de que o BRICS seria um bloco antiamericano, Lyrio foi enfático: "Essa visão é completamente equivocada. O BRICS foi criado para promover o desenvolvimento dos países em desenvolvimento, não como um antagonismo aos países ricos." O embaixador defendeu que o crescimento do BRICS tem gerado efeitos positivos para a economia internacional e enfatizou a necessidade de uma colaboração global para enfrentar problemas como a crise climática, a pobreza e as doenças.

      Impacto social - Em sua análise sobre o impacto do BRICS na vida cotidiana dos cidadãos, Lyrio reforçou a ideia de que a diplomacia e a cooperação internacional têm resultados concretos. "A luta contra a fome e doenças tropicais, como dengue e chikungunya, afeta diretamente a vida da população brasileira. A diplomacia, por meio da cooperação internacional, facilita o acesso a recursos e tecnologias, como as vacinas no BRICS, trazendo benefícios concretos para as pessoas", explicou.

      Ele também falou sobre a importância da participação social nas negociações do BRICS, fazendo um paralelo com o processo de envolvimento da sociedade nas discussões do G20. "Estamos coordenando isso com a Secretaria-Geral da Presidência da República, que realizou um excelente trabalho no G20, especialmente com o G20 Social, que foi um grande sucesso. Os sherpas também receberam contribuições da sociedade em diversos eventos", disse. Lyrio reforçou a ideia de que o governo brasileiro tem como prioridade tornar essas negociações mais concretas e objetivas, para gerar resultados reais e impactantes para a população.

      O futuro do BRICS - Por fim, Lyrio destacou que o BRICS está passando por um processo de transformação, especialmente com a recente ampliação do número de países membros e a criação da categoria de países parceiros. "Com essa ampliação, é necessário aperfeiçoar os métodos e mecanismos institucionais para garantir um funcionamento eficiente", afirmou. Para o embaixador, o Brasil tem o papel de adaptar o BRICS às novas realidades globais, buscando uma governança mais eficaz e um impacto mais direto nas relações internacionais.

      A presidência do Brasil no BRICS representa, assim, uma oportunidade única para o país consolidar sua liderança no cenário global, reforçar seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e promover uma agenda de cooperação internacional que beneficie tanto o Brasil quanto os países em desenvolvimento. "O Brasil, mais uma vez, está trazendo para o país uma negociação de grande importância", concluiu Lyrio.

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