O que se sabe sobre o atentado a mercado de Natal na Alemanha que deixou cinco mortos
Com saldo de cinco mortos e centenas de feridos, ataque em Magdeburgo reacende debates sobre imigração, extremismo e saúde mental na Europa
247 - Após o atentado ocorrido no mercado de Natal em Magdeburgo, Alemanha, que deixou cinco mortos e centenas de feridos, as circunstâncias e motivações do crime continuam nebulosas. A tragédia ocorreu em um local típico para esta época do ano, repleto de famílias desfrutando das festividades. O jornal Frankfurter Zeitung e outras fontes internacionais reportaram que o suspeito, um médico psiquiatra de 50 anos, com histórico de refúgio na Alemanha, avançou com um carro alugado sobre a multidão.
Por volta das 19h, o veículo percorreu aproximadamente 400 metros pelos corredores das tradicionais barracas de madeira. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram cenas de caos, com pessoas cuidando de feridos enquanto aguardavam atendimento médico. O suspeito foi detido próximo ao local, ao lado de um BMW X5 preto, com placa de Munique, destaca o Metrópoles.
Quem é o suspeito
O autor do ataque, identificado como um refugiado saudita, vive na Alemanha desde 2006. Ele recebeu status de refúgio em 2016, após alegar perseguição em seu país por ter abandonado o islã, segundo informações do jornal Spiegel. Trabalhando até 2020 como psiquiatra em uma clínica estadual, o suspeito havia sido afastado devido a problemas de aptidão para o cargo.
Descrito por vizinhos como uma pessoa retraída, ele também mantinha uma ativa presença nas redes sociais, onde divulgava opiniões islamofóbicas e manifestava apoio ao partido de ultradireita AfD. Publicações recentes sugerem uma escalada em seu discurso radical, com críticas ao sistema de imigração alemão e teorias conspiratórias sobre perseguição a ex-muçulmanos.
Motivações do ataque
As autoridades investigam se o crime foi motivado por razões políticas, psicológicas ou pessoais. Contrariando especulações iniciais de terrorismo islamista, o histórico do suspeito aponta para uma possível radicalização em sentido contrário. Ele era crítico ferrenho do islã e defensor de barreiras mais rígidas contra imigração.Em entrevistas anteriores à BBC e ao Frankfurter Rundschau, o médico relatava ajudar mulheres sauditas a escapar de situações de abuso. Contudo, seus recentes comentários em redes sociais revelam um tom paranoico e teorias conspiratórias, como a alegação de que o governo alemão facilitaria “infiltrações jihadistas”.
Segurança e falhas no sistema
O ataque levantou questões sobre a segurança nos mercados natalinos, que têm barreiras instaladas para evitar incidentes como o de Berlim em 2016, quando um caminhão dirigido por um extremista deixou 13 mortos. Especialistas manifestaram surpresa com o fato de o suspeito ter conseguido entrar de carro no mercado de Magdeburgo, apesar das proteções existentes.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, afirmou recentemente que os mercados natalinos eram seguros, mas recomendou cautela. A tragédia reforça a necessidade de uma revisão das medidas de segurança, especialmente em um momento de tensão crescente na Europa devido a ataques anteriores.
Repercussões internacionaisO atentado repercutiu rapidamente entre grupos políticos. Enquanto partidos de ultradireita como a AfD buscaram explorar o caso para criticar políticas de imigração, informações sobre o perfil do suspeito enfraqueceram a narrativa de terrorismo islamista.
O governo saudita condenou o ataque e expressou solidariedade à Alemanha. Em comunicado oficial, Riade afirmou sua rejeição à violência e manifestou condolências às vítimas.
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