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    OCDE alerta sobre risco de protecionismo para perspectiva de crescimento global

    A economia mundial deve crescer 3,2% este ano e 3,3% em 2025 e 2026

    Vista de terminal portuário em Cingapura 25/09/2013 (Foto: REUTERS/Edgar Su)

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    PARIS (Reuters) - A economia mundial está a caminho de um crescimento estável nos próximos dois anos, se o protecionismo ressurgente não inviabilizar a recuperação do comércio global, informou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira.

    A economia mundial deve crescer 3,2% este ano e 3,3% em 2025 e 2026, uma vez que a inflação mais baixa, o crescimento do emprego e os cortes nas taxas de juros ajudarão a compensar o aperto fiscal em alguns países, informou a OCDE em sua mais recente Perspectiva Econômica.

    Suas previsões mais recentes estão amplamente alinhadas com sua última revisão, datada de setembro, quando esperava um crescimento de 3,2% neste e no próximo ano e ainda não tinha uma previsão para 2026.

    Depois de o comércio global ter sofrido uma queda no ano passado, ele está se recuperando e o crescimento em volumes deve chegar a 3,6% no próximo ano, apesar de um número crescente de medidas para restringir o fluxo de importações, disse a OCDE.

    "O aumento das tensões comerciais e outros movimentos em direção ao protecionismo podem distorcer as cadeias de suprimentos, aumentar os preços ao consumidor e impactar negativamente o crescimento", disse a OCDE.

    As perspectivas para o comércio global têm se tornado obscuras desde que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou as ameaças de tarifas para vários parceiros comerciais importantes.

    Como o esfriamento do mercado de trabalho faz com que os gastos dos consumidores sejam moderados, a OCDE prevê que o crescimento dos EUA desacelere de 2,8% este ano para 2,4% em 2025 e 2,1% em 2026.

    Na China, a segunda maior economia do mundo, o crescimento deve reduzir de 4,9% em 2024 para 4,7% em 2025 e 4,4% em 2026, apesar do afrouxamento monetário e fiscal, uma vez que os gastos dos consumidores continuam lentos.

    Enquanto isso, na zona do euro, o investimento deve se beneficiar do afrouxamento monetário do Banco Central Europeu e os mercados de trabalho apertados devem apoiar os gastos dos consumidores, elevando o crescimento de 0,8% este ano para 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026.

    Impulsionado por medidas de estímulo econômico, o Japão foi visto se recuperando de uma contração de 0,3% este ano para um crescimento de 1,5% em 2025, antes de se moderar para uma expansão de 0,6% em 2026.

    Para o Brasil, a OCDE prevê um crescimento de 3,2% neste ano e desaceleração em 2025 e 2026, registrando uma expansão de 2,3% e 1,9%, respectivamente. O mercado de trabalho forte e o aumento da renda deve apoiar o consumo das famílias, enquanto as exportações devem desacelerar.

    À medida que a inflação diminui globalmente, a maioria dos principais bancos centrais deve continuar afrouxando cuidadosamente a política monetária, com exceção do Japão, disse a OCDE.

    Com as finanças públicas da maioria dos governos sob pressão, a OCDE disse que eles precisam tomar medidas decisivas para estabilizar o peso de suas dívidas.

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