ONU confirma general brasileiro para as Forças de Combate no Congo
O militar vai atuar ao lado do exército do país africano contra o grupo M-23
247 - O general de divisão Ulisses Mesquita Gomes foi nomeado no fim da tarde desta terça-feira (28) como comandante da Monusco, a força de estabilização da República Democrática do Congo (RDC), que atua ao lado do exército do país africano contra os rebeldes do grupo insurgente M-23, apoiado por Ruanda. Há relatos de combates intensos no Leste do país.
O Congo vive a mais alta escalada de violência desde 2012. Somente na última segunda-feira (27), os conflitos entre o exército nacional congolês e o grupo M-23 mataram pelo menos 17 pessoas e feriram outras 370. Nas primeiras horas desta quarta (29), o número de mortos aumentou para mais de 100. Os rebeldes teriam assumido o controle do aeroporto de Goma, principal cidade do território congolês. O grupo também marchou em direção a Bukavu, capital da província de Kivu do Sul.
Os conflitos no Congo estão enraizados no transbordamento do genocídio de Ruanda para o Congo em 1994, quando extremistas hutus assassinaram cerca de 800 mil pessoas. O grupo M-23 é formado por integrantes da minoria tutsi.
Dominar Kivu significa controlar cobre, cobalto e o coltan, usados na fabricação de baterias elétricas, turbinas eólicas ou painéis solares. Esses materiais também são utilizados em telas de smartphones e em computadores.
Mais de 80% dos ruandeses são hutus, mas a minoria tutsi dominou por muito tempo o país. Em 1959, por exemplo, os hutus derrubaram a monarquia tutsi, e milhares de tutsis fugiram para países vizinhos, incluindo a Uganda. Um grupo de exilados tutsis formou um grupo rebelde, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), que invadiu Ruanda na década de 90 e lutou até que um acordo de paz foi estabelecido em 1993.
A miséria aumenta os conflitos. De acordo com o Banco Mundial, a República Democrática do Congo está entre os cinco países mais pobres do mundo. Em 2024, 73% da população vivia com menos de US$ 2 por dia. Há também fatores climáticos extremos, como deslizamentos de terra e inundações. Em Goma, de uma população de cerca de um milhão, pelo menos 700 mil deslocados internos vivem nos subúrbios em condições subumanas.
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