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    Orban diz que estratégia da União Europeia para a Ucrânia está “à deriva”

    Premier húngaro critica postura belicista de Bruxelas e alerta que acordos de paz podem ser firmados entre EUA, Rússia e Ucrânia sem participação europeia

    Viktor Orbán em Budapeste 14/11/2024 (Foto: REUTERS/Bernadett Szabo)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 – O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, voltou a criticar duramente a estratégia da União Europeia (UE) em relação ao conflito na Ucrânia, classificando-a como “à deriva” e alertando que Bruxelas pode acabar sendo excluída de futuros acordos de paz. As declarações foram feitas nesta sexta-feira (21), em entrevista à Rádio Kossuth, e repercutidas pela emissora estatal russa RT.

    Orban apontou que, enquanto a UE mantém uma postura “pró-guerra”, os Estados Unidos já estão negociando ativamente com Moscou e Kiev em busca de uma resolução para o conflito. “Estou tentando encontrar uma palavra que não seja ofensiva, mas que descreva a situação com precisão. Talvez ‘à deriva’ seja o termo certo”, afirmou o premiê húngaro, ao ser questionado sobre a política europeia para o pós-guerra.

    Segundo ele, a consequência dessa postura poderá ser a exclusão da Europa das negociações decisivas. “Chegará o momento em que tudo já estará resolvido e Bruxelas sequer será necessária”, advertiu.

    Orban mencionou ainda que, logo após assumir a presidência dos EUA em 20 de janeiro, Donald Trump lançou uma ofensiva diplomática para pôr fim às hostilidades. O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chegou a sugerir recentemente que um cessar-fogo completo entre Ucrânia e Rússia poderia ser alcançado em poucas semanas.

    “Vai haver um acordo americano-ucraniano, um acordo americano-russo e até um acordo russo-ucraniano intermediado por eles [os EUA]”, declarou Orban, destacando que a UE “estragou tudo” ao insistir em uma linha de confronto.

    A Hungria se recusou, nesta semana, a endossar a declaração conjunta da UE sobre a Ucrânia após a reunião do Conselho Europeu em Bruxelas. O documento reafirmava o apoio incondicional do bloco ao governo de Kiev e o compromisso em continuar enviando armamentos ao país em guerra.

    O líder húngaro recordou que já havia alertado sobre os riscos de a UE manter sua postura intransigente. “Se não mudássemos nossa posição pró-guerra e não começássemos a esboçar e defender uma postura europeia independente, acabaríamos exatamente na posição em que estamos agora: o futuro da Europa está sendo decidido sem nós”, lamentou.

    A Hungria tem sido uma voz dissidente dentro da UE, criticando reiteradamente as sanções contra Moscou e defendendo uma solução pacífica para o conflito. Para Orban, a política de escalada militar promovida por Bruxelas é incapaz de levar ao fim das hostilidades e ainda prejudica economicamente os próprios países membros.

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