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Para Itamaraty, Hungria acobertou permanência de Bolsonaro em embaixada: "ninguém faz isso à revelia do governo central"

Jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso

Miklos Halmai, Itamaraty e Jair Bolsonaro (Foto: Assessoria de Imprensa CREDN | Divulgação | REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - Representantes do Ministério de Relações Exteriores e do Palácio do Planalto afirmam que as explicações do embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, sobre a permanência de Jair Bolsonaro (PL) na Embaixada da Hungria durante duas noites seguidas em fevereiro -logo após ter o seu passaporte confiscado- foram insuficientes.

De acordo com apuração da jornalista Julia Duailibi, no G1, “o governo brasileiro avalia que o embaixador agiu com o aval de Budapeste, uma vez que o presidente húngaro, Victor Orban, trata Bolsonaro como aliado. ‘Ninguém faz isso à revelia do governo central’, disse um diplomata graduado. Miklós Halmai foi convocado pelo Itamaraty a dar explicações sobre o episódio. Ele esteve reunido por cerca de 20 minutos, no final da tarde desta segunda-feira (25), com a embaixadora Maria Luisa Escorel, secretária de Europa e América do Norte da pasta. Escorel já foi representante do Brasil em Budapeste”. 

“Não existe isso. Não é praxe na diplomacia uma situação dessas”, afirmou um diplomata à jornalista.

Saiba mais - O jornal norte-americano The New York Times revelou que Jair Bolsonaro (PL) buscou refúgio na Embaixada da Hungria no Brasil durante o Carnaval, temendo ser preso em decorrência das investigações que pesam contra ele, desde tentar um golpe de Estado até falsificar certificados de vacinação. Bolsonaro teve seu passaporte confiscado pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, no âmbito das investigações sobre uma trama golpista. Quatro dias depois, na noite de 12 de fevereiro, Bolsonaro foi filmado entrando na Embaixada da Hungria, onde permaneceu até o dia 14. 

Bolsonaro esteve na companhia de seguranças e foi recebido pelo embaixador húngaro e sua equipe. A estadia de Bolsonaro na embaixada sugere uma tentativa de utilizar sua conexão com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, um líder de extrema direita, como um meio de escapar da Justiça. Uma vez na embaixada, o ex-mandatário não poderia ser preso pelas autoridades brasileiras. A proximidade entre Bolsonaro e Orban tem sido evidente ao longo dos anos.

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