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Bolsonaro recebeu regalias enquanto se refugiava na Embaixada da Hungria

O ex-mandatário teve à sua disposição itens como uma cafeteira e uma pizza

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução Youtube)

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247 - Jair Bolsonaro (PL) recebeu um tratamento especial para o tempo em que permaneceria na Embaixada da Hungria no Brasil em fevereiro. Próximo do horário de almoço, um guarda leva o que parece ser uma pizza.

O ex-mandatário também recebeu uma cafeteira. Imagens mostraram uma mulher carregando um travesseiro, de acordo com informações publicadas pelo jornal The New York Times. 

O Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre a hospedagem do ex-presidente Jair Bolsonaro na representação diplomática do país em Brasília dias após ele ter tido seu passaporte apreendido, informou o Itamaraty.

Uma fonte com conhecimento do teor da conversa disse que o embaixador húngaro quase não falou durante o encontro, e tratou a hospedagem de Bolsonaro como uma ocorrência corriqueira. Foi dito a ele, no entanto, que esse não era um fato normal e que não há razões para concessão de eventual asilo ao ex-presidente.

Foi lembrado, ainda, que Bolsonaro tem pendências com a Justiça, onde enfrenta uma série de processos, e que o Brasil é um país democrático, que cumpre o devido processo legal, acrescentou.

De acordo com a fonte, o Itamaraty suspeita que Halmai manteve contato com a defesa de Bolsonaro antes de ser convocado para o encontro desta tarde para acertar em conjunto a justificativa para a visita.

A defesa do ex-presidente confirmou, em nota oficial, que Bolsonaro se hospedou na embaixada da Hungria por dois dias em fevereiro, afirmando ter recebido um convite, "para manter contatos com autoridades do país amigo".

"Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news", conclui o documento assinado pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.

Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, de extrema-direita, com quem já trocou elogios públicos no passado. Ambos se encontraram no fim do ano passado durante a posse do presidente da Argentina, Javier Milei, também de extrema-direita, em Buenos Aires.

Na operação da PF em que Bolsonaro teve seu passaporte retido, em 8 de fevereiro, também foram alvos, além do ex-presidente, aliados próximos, como os ex-ministros da Defesa Paulo Nogueira Batista e Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; todos generais da reserva; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos; e o presidente do PL, partido do ex-presidente, Valdemar Costa Neto.

Na mesma ocasião, também foram presos preventivamente o ex-assessor especial da Presidência no governo Bolsonaro, Filipe Martins, e Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

* Com informações da Reuters

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