Para Lavrov, EUA estão colocando 'lenha na fogueira' do conflito no Oriente Médio
Washington bloqueou por meses uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo, "dando carta branca para a destruição de Gaza", diz o chanceler russo
Sputnik - Os Estados Unidos, ao declararem publicamente compromisso com uma solução justa para a questão palestina, na verdade estão jogando lenha na fogueira do conflito no Oriente Médio, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista exclusiva à Sputnik.
"Os norte-americanos falam publicamente sobre seu compromisso com uma solução justa para a questão palestina. No entanto, na prática, estão generosamente jogando lenha na fogueira do confronto armado", disse Lavrov.
O ministro destacou que por seis meses Washington bloqueou a adoção de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo, "praticamente dando carta branca para a destruição de Gaza."
Em março, "o país foi forçado a se abster na votação e o Conselho aprovou uma resolução exigindo o fim das hostilidades, enquanto o representante dos EUA, sem o menor constrangimento, declarou que o documento do Conselho de Segurança da ONU não tinha força obrigatória", pontuou Lavrov.
"A declaração de Washington sobre a suspensão do fornecimento de munições a Israel se referia a um tipo de munição (bombas aéreas) e apenas de um lote de ajuda de curto prazo. Alguns dias depois, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei para cancelar a pausa no fornecimento de armas a Israel. Se o documento, preparado pelos republicanos, for aprovado também no Senado, ele não permitirá que a Casa Branca negue ajuda militar a Tel Aviv" concluiu o ministro.
Segundo Lavrov, a experiência de diálogo de Moscou com os norte-americanos "demonstra claramente que não se deve confiar nas declarações dos EUA."
"Por muito tempo, quisemos acreditar neles, negociamos e fizemos acordos. Mas depois se revelou que todas as suas promessas, que também foram registradas em papel e em resoluções do Conselho de Segurança da ONU, Washington não pretendia cumprir", enfatizou Lavrov.
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