Para Putin, Rússia agora está em guerra direta com a OTAN
Decisão de Biden autoriza uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia e eleva risco de conflito global antes do G20 e da posse de Trump
247 – A administração de Joe Biden tomou uma decisão que pode redefinir os rumos da guerra na Ucrânia e intensificar as tensões geopolíticas de forma significativa. Segundo informações do The New York Times, a Casa Branca autorizou a utilização de mísseis de longo alcance, como os ATACMS, pelas forças ucranianas em ataques contra o território russo. Essa movimentação representa uma guinada na política militar dos EUA e pode acirrar ainda mais o conflito na região.
Antes dessa decisão, o presidente russo, Vladimir Putin, havia alertado que essa decisão marca uma nova fase de enfrentamento. “Com o uso de armas norte-americanas em ataques em solo russo, a Rússia se verá em guerra direta com a OTAN”, afirmou Putin, deixando clara a seriedade da situação. Para Moscou, tal medida transforma os EUA em um alvo legítimo de retaliações, aumentando o temor de uma escalada militar de proporções globais.
A autorização vem em meio a um cenário de avanços russos no leste da Ucrânia, que intensificaram a pressão sobre Kiev. O governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelensky, há meses vinha solicitando a liberação para usar mísseis fornecidos pelos Estados Unidos em operações dentro da Rússia, argumentando que isso poderia equilibrar as forças no campo de batalha. Os mísseis ATACMS, com alcance de até 306 quilômetros, podem desempenhar um papel crucial nas próximas ofensivas.
A decisão ocorre a menos de dois meses da posse do presidente eleito Donald Trump, que adotou uma postura crítica em relação ao apoio militar dos EUA à Ucrânia e prometeu encerrar a guerra rapidamente, embora ainda sem detalhar como pretende fazê-lo. A transição iminente para uma nova administração cria um clima de incerteza sobre a continuidade desta política.
Reações internacionais e possível escalada
As reações em Moscou foram contundentes. Autoridades russas alertaram que a flexibilização no uso de armamentos estadunidenses pela Ucrânia é vista como uma ameaça direta à segurança nacional da Rússia. Esse posicionamento eleva o receio de retaliações que poderiam atingir não apenas a Ucrânia, mas também aliados ocidentais, com implicações potencialmente devastadoras.
Dentro do Congresso americano, a decisão de Biden gerou divisões. Parte dos republicanos defende um apoio mais robusto à Ucrânia, enquanto outros alertam para os riscos e custos associados a um possível confronto direto com a Rússia. O debate reflete as profundas divergências políticas sobre a extensão do envolvimento dos EUA no conflito.
Com as tensões atingindo um ponto crítico, a autorização para ataques em território russo representa uma manobra arriscada que pode testar os limites da diplomacia e da segurança global. A iminente reunião do G20 e a posse de Trump adicionam novos elementos a um cenário que já ameaça se transformar em uma crise de proporções inéditas.
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