Parlamentares de 13 países assinam carta que pede fim do envio de armas e munições a Israel
"Nossas bombas e balas não podem ser usadas para matar, mutilar e desapropriar palestinos", afirma o documento
247 - Parlamentares de 13 países se uniram em torno de uma carta que defende um embargo contra a venda e a exportação de armas para Israel, que promove um genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. A iniciativa é encabeçada pela Progressive International, que busca organizar e mobilizar forças progressistas ao redor do mundo, segundo Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
No Brasil, a iniciativa é apoiada pela bancada do Psol na Câmara dos Deputados e por Nilto Tatto (PT-SP). O britânico Jeremy Corbyn e o francês Jean-Luc Mélenchon também constam entre os que assinam a carta. A lista reúne 218 signatários e tem também representantes de Austrália, Canadá, Alemanha, Espanha e Portugal, entre outros. Dos Estados Unidos, principal aliado do governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, apenas duas congressistas decidiram assinar a carta: Cori Bush e Rashida Tlaib, ambas democratas.
Leia abaixo a íntegra do documento:
"Nós, os parlamentares abaixo assinados, declaramos nosso compromisso de pôr fim às vendas de armas de nossas nações para o Estado de Israel.
Nossas bombas e balas não podem ser usadas para matar, mutilar e desapropriar palestinos. Mas são: sabemos que armas letais e seus componentes, fabricadas ou enviadas por meio de nossos países, têm contribuído para o ataque israelense à Palestina, que já ceifou mais de 30 mil vidas em Gaza e na Cisjordânia.
Não podemos esperar. Após a decisão provisória da Corte Internacional de Justiça (CIJ) [mais conhecida como Corte de Haia] sobre o caso da Convenção de Genocídio contra o Estado de Israel, um embargo de armas deixou de ser uma necessidade moral para se tornar uma exigência legal.
Não seremos cúmplices da grave violação do direito internacional por parte de Israel. A CIJ ordenou que Israel não matasse, ferisse ou 'deliberadamente [infligisse] aos [palestinos] condições de vida calculadas para provocar... destruição física'. Eles se recusaram. Em vez disso, eles prosseguem com um ataque planejado a Rafah que o Secretário-Geral das Nações Unidas advertiu que "aumentará exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário".
Hoje, nós tomamos uma posição. Tomaremos medidas imediatas e coordenadas em nossas respectivas legislaturas para impedir que nossos países armem Israel."
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