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    Parlamento da Coreia do Sul investiga papel dos militares em tentativa de impor lei marcial

    Investigação busca esclarecer ordens para fechamento do Parlamento e violações democráticas

    Policiais se posicionam diante da Assembleia Nacional da Coreia do Sul 04/12/2024 (Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji)

    247 - O Parlamento da Coreia do Sul deu início nesta quinta-feira (5) a uma investigação sobre a tentativa do governo do presidente Yoon Suk-yeol de impor uma lei marcial no país, informa O Globo. A medida, que incluiu o bloqueio militar à entrada de deputados na Assembleia Nacional, gerou um intenso debate sobre a participação das Forças Armadas e os limites do poder presidencial.

    O general Park An-su, nomeado "comandante da lei marcial" na última terça-feira, depôs ao Parlamento e revelou que só soube da medida após o anúncio oficial. "Eu soube da declaração da lei marcial depois de assistir ao discurso ao vivo de Yoon", afirmou An-su. Ele também declarou que foi informado de sua designação durante uma reunião de altos oficiais militares realizada após o pronunciamento do presidente.

    O decreto da lei marcial, que incluía o fechamento do Parlamento, proibição de manifestações públicas, prisões sem mandado e censura da mídia, foi amplamente criticado por líderes políticos e pela sociedade civil. Apesar do bloqueio militar, 190 dos 300 deputados sul-coreanos conseguiram entrar na Assembleia Nacional e votaram pela ilegalidade da proposta, impedindo a escalada de medidas que ameaçavam o caráter democrático do país.

    Questionado pelos parlamentares, An-su afirmou que assinou um decreto que restringia atividades políticas e censurava a mídia, mas negou ter participado da redação do texto. Ele também declarou não saber de onde partiu a ordem para enviar tropas ao Parlamento: "Eu não tenho conhecimento sobre quem deu a ordem para bloquear a entrada dos deputados".

    O vice-ministro da Defesa, Kim Seon-ho, também prestou depoimento à comissão parlamentar e sugeriu que a ordem para a mobilização de soldados teria partido do então ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que renunciou ao cargo na quarta-feira. "Eu me opus à mobilização de soldados sob lei marcial e expressei minha discordância [em enviá-los ao parlamento]", disse Seon-ho. Ele também negou que as tropas estivessem armadas com munição real.

    Kim Seon-ho destacou que não concordava com a descrição feita por Yoon de que os deputados eram "elementos antiestado". Ele ainda declarou não saber quem redigiu o decreto da lei marcial, afirmando que a redação não foi feita pelo Ministério da Defesa.

    O ex-ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, enfrenta um pedido de investigação da oposição por traição — um crime que, na Coreia do Sul, pode levar à prisão perpétua ou até à pena de morte. Yong-hyun, no entanto, não compareceu à comissão parlamentar para prestar esclarecimentos.

    Após depor aos parlamentares, o general Park An-su afirmou que ofereceu sua renúncia ao Ministério da Defesa, mas segue no cargo enquanto aguarda uma resposta oficial da pasta.

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