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    Parlamento de Portugal tem dificuldade para eleger presidente; extrema-direita mostra força

    O partido de extrema direita Chega quadruplicou sua representação parlamentar, refletindo uma inclinação política para o populismo de direita em toda a Europa

    Parlamento português, em Lisboa (Foto: PEDRO NUNES / REUTERS)

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    LISBOA (Reuters) - O fragmentado novo Parlamento de Portugal teve dificuldades na quarta-feira para eleger um presidente, depois que três votações inconclusivas no dia anterior ressaltaram a fragilidade da coalizão de centro-direita que venceu as eleições e a crescente influência da extrema direita.

    A coalizão Aliança Democrática (AD) venceu a eleição de 10 de março por uma pequena margem sobre o Partido Socialista, que estava no governo antes do pleito, ficando muito aquém de uma maioria.

    O partido de extrema direita Chega quadruplicou sua representação parlamentar, refletindo uma inclinação política para o populismo de direita em toda a Europa.

    Em uma tentativa de compromisso após vários adiamentos da votação na quarta-feira, o Partido Social Democrata (PSD), que lidera a AD, e os socialistas disseram que buscariam a solução de uma presidência rotativa.

    "Precisamos superar esse impasse", disse o deputado do PSD Joaquim Miranda Sarmento aos repórteres, explicando que a ideia era que José Pedro Aguiar Branco, do PSD, fosse o primeiro presidente da Assembleia da República, seguido pelo socialista Francisco Assis na segunda metade da legislatura de quatro anos, se ela durar tanto tempo.

    O PS disse que se tratava apenas de uma "solução institucional" que não tornava ambos os partidos parceiros de governo.

    Somados, o PSD e os socialistas têm 156 assentos no Parlamento de 230 deputados, o suficiente para eleger um presidente.

    Analistas previram instabilidade para o governo minoritário da AD, que tem apenas 80 assentos e provavelmente não conseguirá aprovar leis sem o apoio do Chega, cujo líder André Ventura exigiu um acordo de longo prazo em troca de apoio.

    O líder da AD, Luis Montenegro, recusou repetidamente qualquer acordo formal com o Chega.

    Na segunda-feira, Ventura disse que seu partido havia chegado a um "entendimento" com a AD sobre a eleição de Aguiar Branco.

    No entanto, depois que vários membros da AD negaram a existência de um acordo, seu candidato não conseguiu obter votos suficientes, enquanto Ventura acusou a AD de "pisotear" o Chega. Duas outras rodadas de votação, depois que os socialistas e o Chega apresentaram seus próprios candidatos, também fracassaram na terça-feira.

    Após o compromisso anunciado na quarta-feira, Ventura disse que isso mostrava claramente que o PSD havia escolhido seu "companheiro de jornada" para seu mandato e que agora precisa governar com ele.

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