Pepe Escobar: China sairá da crise com economia maior do que a dos Estados Unidos
O jornalista Pepe Escobar apontou a derrocada de Wall Street, a corrosão da União Europeia e o reaquecimento breve dos diálogos entre China e Rússia como os fatores que tornarão possível a liderança mundial da economia chinesa. Assista
247 - O jornalista Pepe Escobar, em entrevista à TV 247, concordou com a visão de que a China sairá da crise do coronavírus como a primeira economia do mundo, deixando para trás os Estados Unidos.
“Será que não é possível que a China saia dessa crise como a primeira economia do mundo já em 2020?”, foi questionado o jornalista, que respondeu: “vai”.
Ele apontou a economia dos Estados Unidos em decadência como um dos fatores pelos quais os chineses podem se sobressair economicamente daqui em diante. “Primeiro porque a economia americana está implodindo, e está implodindo não só em fatores externos, cadeias de produção, mas internamente, além da guerra civil em Washington, que só acelera essa implosão. Ninguém fala mais de ‘vai ser Trump contra Biden em novembro’, e daí? Não vai mudar absolutamente nada porque agora tem um fator supra eleitoral que coloca em xeque todo o modelo, e coloca em xeque esse modelo de financialização absoluta e do sistema americano achar que a economia é Wall Street, não é a rua. A maior potência do mundo não tem um sistema de saúde, Cuba está dando uma lição para o mundo, é um negócio inacreditável”.
Em contrapartida, Pepe disse que a China não se colocará como grande potência econômica mundial ainda. Para ele, este processo passa ainda pelas conversas estratégicas com a Rússia. O jornalista ainda pontuou a corrosão da economia europeia. “Não, eles são muito sofisticados para isso. Agora que a operação militar, a guerra popular, está sendo vencida a inflexão já veio. Eles agora podem se dar ao luxo de enviar equipes para ajudar o próximo, para ajudar os italianos, os pequenos países aqui do sudeste da Ásia. Os russos estão contendo também à sua maneira e vão brevemente, daqui uns dois ou três meses, as conversas estratégicas de alto nível entre os dois vão se acelerar de novo e o projeto, que é multipolar, multilateral e que eles não vão mais seguir as regras ditadas pelo Ocidente, vai se acelerar cada vez mais. Isso está em paralelo a uma corrosão da União Europeia. O misto de impotência, arrogância e estupidez de Bruxelas e do Banco Central Europeu, isso está sendo visto agora pelos cidadãos europeus graficamente, na frente deles”.
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