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    Porta-voz chinês rebate relatório sobre Xinjiang: ONU é cúmplice dos EUA no ataque aos países em desenvolvimento

    MRE rebateu conclusões de um relatório da alta comissária dos direitos humanos da ONU sobre Xinjiang, que acusa Pequim de, possivelmente, ter cometido crimes contra a humanidade

    (Foto: REUTERS/Thomas Peter)
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    Leonardo Sobreira, de Pequim (247) - A chancelaria chinesa rejeitou as conclusões de um relatório emitido pela principal responsável por direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet,  publicado na quarta-feira, 31, tratando da situação em Xinjiang, região autônoma de expressiva população muçulmana, os uigures. 

    O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Wang Wenbin afirmou, nesta quinta-feira, 1, que o relatório apenas prova que a alta comissária da ONU tornou-se cúmplice dos Estados Unidos no ataque a outros países. 

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    "Baseando-se em desinformação e sob pressão de forças anti-China, a alta comissária da ONU emitiu um relatório sobre Xinjiang, que provou que tornou-se uma cúmplice dos Estados Unidos e do Ocidente no ataque aos países em desenvolvimento", declarou Wang. 

    A missão chinesa na ONU em Genebra, em resposta oficial ao relatório de Bachelet, se opôs firmemente à divulgação do texto, destacando: "Baseando-se em desinformação e mentiras fabricadas por forças anti-China e por presunção de culpa, a chamada 'avaliação'  distorce as leis da China e suas políticas, desenfreadamente difama e calunia a China, interfere em assuntos internos da China, o que viola princípios incluindo diálogo e cooperação e não-politização na esfera dos direitos humanos, e mina a credibilidade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos". 

    "No tocante à situação dos direitos humanos em Xinjiang, ninguém tem uma voz melhor que o povo chinês, incluindo as pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang", acrescenta a resposta

    O relatório de Bachelet cita "detenção arbitrária e discriminatória", "graves violações de direitos humanos" no contexto dos esforços do PCCh para erradicar o extremismo islâmico e "violações dos direitos reprodutivos", acusando a China de, possivelmente, ter cometido crimes contra a humanidade.

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    Ontem, 31, antes da publicação do relatório, a chancelaria chinesa havia expressado sua oposição à divulgação. O porta-voz Zhao Lijian classificou o evento como "um truque puro orquestrado pelos EUA e alguns outros países ocidentais". 

    Bachelet, que chegou ao fim de seu mandato nesta quarta, visitou a Região Autônoma de Xinjiang em maio deste ano em meio a uma intensa campanha midiática no Ocidente denunciando supostos abusos cometidos contra os uigures. A visita foi criticada intensamente pelos Estados Unidos, que, sem apresentarem evidências, acusam a China de cometer "genocídio" na região. 

    Xinjiang é um dos principais focos da propaganda anti-China, mobilizada pelos Estados Unidos com o objetivo de excluir a região da cadeia de produção global, desestabilizar a gestão do PCCh e, segundo alguns analistas, fomentar o separatismo e conflitos étnicos. 

    O porta-voz do secretário-geral da ONU Stéphane Dujarric anunciou na terça-feira, 30, que Bachelet será temporariamente substituída pela vice-alta comissária para os direitos humanos, Nada Youssef Al Nashif, até que um sucessor seja nomeado.

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