Erdogan: Israel executa “massacre” em Gaza com cerco total e bombardeios de civis
"Impedir que as pessoas satisfaçam suas necessidades mais básicas e bombardear residências onde vivem civis não é uma guerra, é um massacre", disse o presidente turco
247 - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou com veemência nesta quarta-feira (11) o bloqueio e os bombardeios realizados por Israel na Faixa de Gaza, qualificando-os como um "massacre". Em um discurso proferido diante dos membros de seu partido governante, o AK, no parlamento na quarta-feira, Erdogan enfatizou que mesmo em tempos de guerra, deve haver uma "moralidade" que deve ser respeitada, e que a crise em andamento desde o último final de semana havia violado essa moralidade de maneira "extremamente severa".
"Impedir que as pessoas satisfaçam suas necessidades mais básicas e bombardear residências onde vivem civis – em resumo, conduzir um conflito por meio de métodos vergonhosos – não é uma guerra, é um massacre", disse o presidente turco, segundo informações da Al Jazeera. Erdogan estava fazendo referência às ações de Israel, que incluíram o corte de eletricidade e água em Gaza, bem como a destruição de infraestrutura civil.
Ele enfatizou: "Nós nos opomos abertamente ao assassinato de civis em território israelense. Da mesma forma, nunca poderemos aceitar o massacre de inocentes indefesos em Gaza devido a bombardeios indiscriminados e contínuos".
Os números indicam que, desde o início dos ataques israelenses em Gaza no sábado, pelo menos 1.055 palestinos foram mortos e milhares ficaram feridos. Simultaneamente, o conflito resultou na morte de pelo menos 1.200 israelenses, com mais de 100 mantidos como reféns.
Como parte de suas ações, Israel impôs um "cerco total" sobre Gaza, restringindo o acesso a alimentos e combustível em um enclave que abriga 2,3 milhões de pessoas, muitas das quais dependem de ajuda humanitária. Na quarta-feira, a única usina de energia em Gaza parou de funcionar, deixando o território sem eletricidade.
Erdogan afirmou que as políticas repressivas de Israel em relação aos palestinos estão no centro do conflito. Ele argumentou que Israel, ao agir como uma organização em vez de um Estado, corre o risco de ser percebido como tal.
Além disso, Erdogan condenou os ataques "desproporcionais" de Israel contra Gaza como carentes de base ética e instou a comunidade internacional a não tomar partidos de forma cega. Ele alertou que deixar os problemas subjacentes sem resolução poderia levar a conflitos futuros e mais violentos.
O presidente turco fez um apelo aos países das Américas, da Europa e de outras regiões para adotar uma postura justa, equitativa e baseada em considerações humanitárias nas negociações. Ele pediu que todos evitassem ações que prejudicassem o povo palestino, como o bloqueio de ajuda humanitária.
A Turquia, que historicamente apoiou a causa palestina e acolheu membros do Hamas, tem se esforçado para reatar relações com Israel após anos de tensões. Diferentemente da União Europeia e dos Estados Unidos, a Turquia não rotula o Hamas como uma organização "terrorista". Ancara ofereceu seus serviços como mediador para o conflito em andamento, com Erdogan e seu ministro das Relações Exteriores mantendo contato com potências regionais, os EUA e outros. No entanto, o enviado de Israel a Ancara indicou que era prematuro discutir a mediação neste momento.
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