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      Promovido pela China, Fórum Boao reafirma papel da Ásia como motor do crescimento global

      Encontro em Hainan destaca cooperação regional, inovação e fortalecimento do multilateralismo em meio a desafios globais

      A Conferência do Fórum de Boao 2025 foi aberta em 27 de março (Foto: Xinhua)
      José Reinaldo avatar
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      247 - O jornal chinês Global destacou em editorial o impacto e a relevância da Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia (BFA) 2025, realizada em Boao, província de Hainan, sul da China. O evento, que teve início na quinta-feira (27), reuniu mais de 1.500 representantes de mais de 60 países e regiões sob o tema "Construindo confiança no cenário global em mudança", consolidando o papel da Ásia como uma âncora para o crescimento e a estabilidade da economia mundial.

      Em meio à ascensão do unilateralismo, às tensões comerciais e à lenta recuperação econômica global, o Fórum Boao ganhou destaque por oferecer respostas concretas e promover o conceito de "soluções asiáticas". A resiliência econômica e a capacidade de cooperação regional foram os pontos centrais das discussões, reforçando o protagonismo asiático no cenário geopolítico e econômico internacional.

      A força econômica da Ásia em números

      O Asian Economic Outlook and Integration Progress Annual Report 2025, divulgado durante o fórum, projeta que a taxa de crescimento real ponderada do PIB da Ásia deve atingir 4,5% em 2025. Em termos de paridade de poder de compra, a participação do PIB asiático no total global deve alcançar 48,6% este ano, consolidando a região como o principal motor do crescimento mundial.

      Países como China, Índia, Vietnã, Filipinas, Mongólia, Camboja e Indonésia devem manter uma taxa de crescimento superior a 5%, destacando-se como polos de dinamismo econômico. A Ásia, portanto, assume o papel de "âncora estabilizadora" para a economia global, sustentando o crescimento em meio a um contexto internacional instável.

      Abertura e complementaridade econômica

      Um dos pilares do desenvolvimento asiático é o compromisso com a abertura econômica e a cooperação regional. Os chamados "três novos" da China — veículos de nova energia, baterias de íons de lítio e produtos fotovoltaicos — estão sendo exportados para países como Laos e Tailândia por meio do serviço Lancang-Mekong Express na Ferrovia China-Laos. Além disso, o grande navio de cruzeiro Adora Magic City, construído na China, conecta portos de Xangai, Fukuoka e Jeju, impulsionando o turismo e o comércio regional.

      O FMI prevê que o PIB dos membros da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP) crescerá em 10,9 trilhões de dólares de 2023 a 2029, refletindo o impacto positivo da integração econômica asiática. Os países asiáticos que apostam na abertura econômica estão colhendo os dividendos desse movimento, reforçando os laços comerciais e estimulando o crescimento conjunto.

      Inovação como motor de desenvolvimento

      A resiliência asiática também está ancorada na inovação tecnológica e nos novos modelos de desenvolvimento. A intensidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o número de pedidos de patentes na Ásia superam os de qualquer outra região do mundo, consolidando o continente como líder em ciência e tecnologia.

      O rápido avanço na digitalização, com a aplicação de tecnologias como 5G, inteligência artificial (IA) e big data, fortalece a infraestrutura digital da Ásia, fornecendo uma base sólida para a transformação econômica e industrial. A economia verde também desponta como um setor estratégico, com a Ásia liderando a produção e o uso de tecnologias sustentáveis.

      Protagonismo no multilateralismo e na governança global

      Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da ONU e atual presidente do BFA, destacou o papel da Ásia como "uma voz líder em multilateralismo, livre comércio e globalização". Segundo ele, o "Milagre Asiático" é, em grande parte, resultado da integração profunda com a economia mundial.

      Don Pramudwinai, ex-vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Tailândia, afirmou que os países asiáticos avançaram rapidamente na "rodovia" da globalização econômica. "No entanto, à medida que novos obstáculos surgem nessa estrada, a colaboração global e os esforços unidos são agora essenciais. Cada país pode contribuir para uma forma mais inclusiva e equitativa de globalização econômica", declarou Pramudwinai.

      O Fórum Boao tem se consolidado como uma plataforma estratégica para o diálogo multilateral, reunindo líderes políticos, empresários e acadêmicos de diversas partes do mundo, incluindo Estados Unidos, Noruega e Itália. O evento ampliou sua influência além da Ásia, consolidando-se como um espaço de governança global que integra a sabedoria asiática e chinesa nas soluções para os desafios globais.

      Uma década de cooperação asiática

      O ano de 2025 marca o 10º aniversário da proposta do presidente chinês Xi Jinping de construir uma "comunidade asiática com um futuro compartilhado". Ao longo da última década, os países asiáticos avançaram significativamente nesse projeto, fortalecendo a cooperação regional e ampliando sua influência global.

      Em seu discurso na cerimônia de abertura, o vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang, reforçou o compromisso do país com o desenvolvimento regional e convidou empresas estrangeiras a investirem na China, participando do processo de modernização e aproveitando as oportunidades de crescimento. "A China sempre foi uma força estabilizadora para o desenvolvimento da Ásia e do mundo. Acreditamos que os países asiáticos podem trabalhar juntos para criar um futuro ainda mais brilhante", afirmou Ding.

      O Fórum Boao para a Ásia 2025 reafirmou o papel da Ásia como força propulsora do crescimento econômico global e como referência em cooperação regional e inovação. Enquanto o Ocidente enfrenta desafios internos e questionamentos sobre o futuro da globalização, a Ásia continua a trilhar um caminho de integração, multilateralismo e desenvolvimento compartilhado. O rugido do motor asiático, portanto, ecoa com força no cenário global, apontando para um futuro de prosperidade e cooperação internacional.

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