Putin diz que encontro com Biden foi 'muito construtivo'
Presidentes da Rússia e dos Estados Unidos se reuniram por cerca de quatro horas em Genebra
(ANSA) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (16), ao abrir a coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, que o encontro com seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden, foi "muito construtivo" .
A primeira reunião presencial entre os dois chefes de Estado durou cerca de quatro horas, conforme o previsto, mas não houve acordo para que fosse realizada uma coletiva de imprensa conjunta - como é tradicional para esse tipo de encontro.
Sobre Biden, o líder russo expressou uma boa impressão, destacando que ele é "muito diferente" de seu antecessor, o ex-presidente Donald Trump, sendo um "estadista experiente" - e que "não houve nenhuma hostilidade" entre ambos.
Ainda conforme Putin, os dois debateram assuntos detalhadamente por "cerca de duas horas consecutivas" e isso "não é algo que você pode fazer com muitos políticos".
Entre os principais pontos da pauta, estavam as questões envolvendo a segurança digital, já que Washington acusa constantemente Moscou de estar por trás de ataques hackers contra organizações públicas e privadas norte-americanas.
"Nós acreditamos que o espaço cibernético é extraordinariamente importante para ambos e não acho que a administração dos EUA está particularmente interessada nisso. Tudo o que eles fazem são insinuações e o que nós precisamos fazer é consultas com especialistas", disse Putin ressaltando que ficou acordado que essas consultas começarão a ser realizadas - sem dar muitos detalhes.
Outro ponto importante da discussão foi a questão dos embaixadores, pois com as constantes críticas e sanções, tanto o representante russo em Washington como o norte-americano em Moscou não estão atuando continuamente. Conforme o chefe do Kremlin, um acordo foi firmado sobre o assunto e a situação deve voltar à normalidade em breve.
Sobre a crise com a Ucrânia que, além dos EUA, também provoca problemas com a União Europeia, Putin disse que a intenção de seu governo é "ajudar", mas que se o governo de Kiev estiver disposto a implementar os acordos de Minsk, então a Rússia "também o fará".
Na hora que Putin foi questionado sobre o que foi debatido sobre os direitos humanos e, em especial, a prisão do opositor russo Alexei Navalny, o chefe de Estado aproveitou para alfinetar os norte-americanos.
"Guantánamo está ainda aberta, e não corresponde aos padrões internacionais dos direitos humanos ou das leis dos Estados Unidos. De que direitos humanos estamos falando? Na Europa, havia prisões onde se torturava. Na Rússia, nós estamos fazendo o nosso caminho", respondeu.
Especificamente de Navalny, Putin afirmou que "essa pessoa sabia que violou a lei que existe na Rússia e fez isso repetidamente".
"Ele sabia muito bem que era procurado, mas mesmo assim quis voltar para a Rússia para ser deliberadamente preso. Ele fez o que queria fazer", acrescentou.
Navalny foi preso após voltar da Alemanha em janeiro, onde estava fazendo um tratamento para se recuperar de um envenenamento que sofreu em agosto. Por conta disso, ele não compareceu a uma audiência judicial no fim de dezembro e teve a pena condicional convertida em regime fechado. No entanto, a oposição e os países ocidentais consideram o advogado um preso político.
Ainda no campo dos direitos humanos, o líder de Moscou criticou a violência armada nos EUA e disse que "tudo que acontece em nossos países é, de uma forma ou de outra, responsabilidade dos líderes".
"Olhe para as ruas dos EUA e todos os dias haverá assassinatos. Você não tem tempo de abrir a sua boca e é morto com um tiro", alfinetou.
Já sobre os cidadãos norte-americanos presos na Rússia, Putin se mostrou aberto a "encontrar um acordo" sobre o assunto. (ANSA).
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