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    Rússia culpa Estados Unidos por ataque mortal na Crimeia

    Governo de Vladimir Putin responsabiliza a Casa Branca pelo ataque que matou quatro pessoas e deixou 151 feridos em Sebastopol neste fim de semana

    Joe Biden e Vladimir Putin (Foto: Reuters | Reprodução)

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    MOSCOU, 23 de junho (Reuters) – A Rússia declarou neste domingo que os Estados Unidos são responsáveis por um ataque ucraniano na península da Crimeia, anexada pela Rússia, utilizando cinco mísseis fornecidos pelos EUA, resultando na morte de quatro pessoas, incluindo duas crianças, e deixando outras 151 feridas.

    Segundo o Ministério da Defesa russo, quatro dos mísseis do sistema Army Tactical Missile System (ATACMS), entregues pelos EUA e equipados com ogivas de fragmentação, foram abatidos pelos sistemas de defesa aérea, enquanto a munição do quinto explodiu no ar.

    Imagens transmitidas pela televisão estatal russa mostraram pessoas correndo de uma praia, e algumas sendo carregadas em espreguiçadeiras. Autoridades instaladas pela Rússia na Crimeia informaram que fragmentos de mísseis caíram pouco depois do meio-dia próximo a uma praia no lado norte da cidade de Sevastopol, onde moradores locais estavam de férias.

    O incidente gerou uma reação furiosa entre figuras públicas russas. O Ministério da Defesa afirmou que especialistas norte-americanos definiram as coordenadas dos mísseis com base em informações de satélites espiões dos EUA, o que implica que Washington é diretamente responsável.

    "A responsabilidade pelo ataque deliberado de mísseis contra civis em Sevastopol recai, acima de tudo, sobre Washington, que forneceu essas armas à Ucrânia, e sobre o regime de Kiev, de cujo território este ataque foi realizado", afirmou o ministério.

    A Rússia anexou a Crimeia em 2014 e agora considera a península do Mar Negro como parte integrante de seu território, embora países ocidentais a considerem parte da Ucrânia. O presidente russo Vladimir Putin enviou dezenas de milhares de tropas à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, alegando ser uma medida defensiva contra um Ocidente hostil e agressivo. Ucrânia e o Ocidente dizem que a Rússia está travando uma guerra imperialista.

    Os Estados Unidos começaram a fornecer à Ucrânia mísseis ATACMS de longo alcance, com um alcance de 300 quilômetros (186 milhas), no início deste ano. A Reuters não pôde verificar imediatamente os relatos de campo de batalha de ambos os lados.

    Tratamento dos feridos

    O governador instalado pela Rússia em Sebastopol, Mihail Razvozhaev, informou que o número de mortos é de quatro, com 144 feridos, dos quais 82 foram levados para hospitais. Entre os feridos estão 27 crianças. Médicos especializados estão sendo enviados de outras partes da Rússia.

    O Ministério da Defesa russo afirmou que responderá ao ataque de domingo, sem fornecer detalhes. O Kremlin disse que Putin tem estado "em contato constante com os militares" desde o ataque.

    Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança e uma das principais vozes entre os falcões russos, descreveu o incidente como "um ato vil e desprezível contra o nosso povo". Ele comparou o ataque a atentados realizados por homens armados no domingo contra uma sinagoga, uma igreja e um posto policial no Daguestão, afirmando que "não há diferença para nós" entre a administração dos EUA, os líderes ucranianos e "fanáticos loucos".

    O Patriarca Ortodoxo Russo Kirill, um destacado apoiador da invasão, disse que "não há justificativa alguma para um ataque de mísseis contra civis" e expressou indignação pelo fato de o incidente ter ocorrido no feriado ortodoxo da Trindade.

    Nem a Ucrânia nem os Estados Unidos comentaram sobre o ataque, que ocorreu no mesmo dia em que a Ucrânia informou que uma pessoa havia sido morta e outras 10 ficaram feridas por ataques russos na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia.

    Putin repetidamente acusou os EUA de usar a Ucrânia para minar a segurança da Rússia, acusação negada por Kiev e seus aliados ocidentais, e advertiu sobre os crescentes riscos de um confronto direto entre Moscou e a aliança liderada pela OTAN.

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