Scholz da Alemanha demite ministro neoliberal e abre caminho para colapso da coalizão governista
Decisão do chanceler tira da aliança de três partidos pró-governo a sua maioria parlamentar
247 - O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, decidiu demitir nesta quarta-feira (6) o ministro das Finanças, Christian Lindner, do Partido Liberal Democrático (FDP), de acordo com um funcionário do governo que pediu para não ser identificado ao discutir informações confidenciais, informou a Bloomberg.
A decisão de Scholz tira da aliança de três partidos pró-governo a sua maioria parlamentar e levanta a possibilidade de uma eleição antecipada.
O jornal Bild havia informado anteriormente que Lindner havia recomendado eleições antecipadas como solução para um impasse orçamentário. Scholz rejeitou a proposta.
Não ficou claro se a demissão de Lindner levaria também à saída dos Democratas Livres (FDP) da coalizão governista, segundo a Reuters.
Sem o FDP, Scholz poderia continuar a liderar um governo minoritário, seja sozinho com seus social-democratas ou com os Verdes, o segundo maior partido, contando com maiorias parlamentares pontuais.
No início de uma semana que prometia ser fatal para o governo cambaleante da Alemanha, Matthias Miersch, secretário-geral do Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Scholz, disse que estava otimista em chegar a um acordo orçamentário com o ministro Lindner.
Miersch afirmou à época esperar que os três partidos que formam a coalizão assumam suas responsabilidades e encontrem um caminho para superar a crise após Lindner, que é líder dos neoliberais FDP, surpreender seus parceiros de coalizão com uma proposta de cortes de impostos e disciplina fiscal como resposta ao mal-estar econômico da Alemanha.
Os três partidos da coalizão estão em desacordo sobre uma resposta aos problemas estruturais enfrentados pela maior economia da Europa, cuja indústria automobilística está lidando com tensões trabalhistas e uma crescente ameaça competitiva dos rivais chineses.
Um colapso poderia deixar Scholz à frente de um governo minoritário até as eleições programadas para setembro de 2025, dependendo de maiorias parlamentares caso a caso para governar, ou de eleições antecipadas, que, segundo as pesquisas, seriam devastadoras para os três partidos.
As pesquisas mostram que o SPD e os Verdes teriam votações bem abaixo de seus resultados nas eleições gerais de 2021, enquanto o FDP pode ser totalmente expulso do Parlamento.
Os conservadores, com 36%, têm mais do que o dobro das intenções de voto de seu rival mais próximo, o Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, com 16%. (Com informações da Reuters).
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