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    Soldado e assessor de Netanyahu são acusados de vazamento de informações em escândalo que abala Israel

    Eli Feldstein foi acusado de obter e divulgar ilegalmente informações militares confidenciais

    Benjamin Netanyahu (Foto: Reuters/Mike Segar)

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    Por Crispian Balmer e Emily Rose

    JERUSALÉM (Reuters) - Um procurador israelense indiciou, nesta quinta-feira, um assessor do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sob a acusação de divulgar documentos sigilosos com a intenção de prejudicar o Estado em um caso que chocou o país que tem guerras em vários fronts.

    Eli Feldstein foi acusado de obter e divulgar ilegalmente informações militares confidenciais, na esperança de influenciar a opinião pública e aliviar a pressão sobre Netanyahu para fazer concessões importantes para garantir a libertação de reféns israelenses em Gaza.

    Separadamente, um soldado israelense foi acusado de entregar os documentos a Feldstein, que supostamente foram recuperados em Gaza, e indicariam que militantes do Hamas queriam semear discórdia na sociedade israelense para ajudar a obter um acordo favorável de reféns.

    Ambos os homens negam as acusações, que podem levar a longas penas de prisão.

    Netanyahu não foi acusado, mas seus apoiadores acusam os promotores de liderar uma caça às bruxas politicamente motivada em meio a uma emergência nacional.

    Em vez de vazar as informações para a mídia israelense, Feldstein é acusado de entregá-las à revista alemã Bild para evitar os censores locais que teriam proibido sua publicação.

    A revista publicou seu artigo em setembro, citando o documento, supostamente escrito por um oficial do Hamas, que pedia ao grupo exercer "pressão psicológica" sobre as famílias dos reféns para obter concessões de Netanyahu.

    Netanyahu posteriormente utilizou o artigo para dizer que ele validava sua posição linha-dura sobre um acordo de reféns.

    O caso ocorre em um momento de crescente tensão na sociedade israelense, mesmo com o Exército envolvido em guerra tanto em Gaza, em sua fronteira sul, quanto no Líbano, ao norte.

    Aliados do governo têm sido acusados por críticos de tramar a derrubada do procurador-geral e do chefe do Shin Bet, o serviço de segurança interno, enquanto famílias de reféns têm enfrentado ataques de pessoas que acham que elas querem prejudicar Israel.

    Em um discurso incomumente apaixonado nesta quinta-feira, o presidente Isaac Herzog advertiu que Israel arriscava se desintegrar.

    "O que diabos está acontecendo conosco? Isso é lógico? Já não sofremos o suficiente?", perguntou. "Isso é um completo absurdo. Um absurdo que precisa ser interrompido."

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