Suspeito de assassinato de executivo de plano de saúde tem surto ao ser levado a tribunal nos EUA
Luigi Mangione, acusado pelo homicídio de Brian Thompson, expressou indignação ao ser escoltado
Reuters – Luigi Mangione, de 26 anos, acusado do assassinato do executivo Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, protagonizou um momento de fúria ao ser conduzido a um tribunal na Pensilvânia nesta terça-feira (10). O suspeito gritou contra os jornalistas presentes: “...completamente desconectados da realidade e um insulto à inteligência do povo americano!”, antes de ser contido pelos oficiais. Não ficou claro a que ele se referia.
A audiência marcou o início de uma longa disputa judicial. Mangione, representado pelo advogado Tom Dickey, informou que resistirá à extradição para Nova York, onde enfrenta acusações de homicídio e outros crimes. Apesar disso, especialistas acreditam que o processo é inevitável e apenas atrasará seu retorno ao estado.
Brian Thompson foi morto a tiros na manhã de 4 de dezembro, em frente a um hotel em Manhattan, em um ataque que a polícia classificou como premeditado. O crime gerou indignação e uma caçada ao suspeito, encerrada com a prisão de Mangione.
Manifesto e motivações
Documentos encontrados com Mangione no momento da prisão indicam uma possível motivação ideológica. Segundo a New York Times, um manifesto manuscrito detalha sua visão de corrupção na indústria de saúde dos EUA, referindo-se aos executivos como “parasitas” que “simplesmente mereciam”.
Mangione, que sofria de dores crônicas nas costas, teria enfrentado dificuldades para acessar tratamentos adequados, o que pode ter contribuído para sua revolta. Amigos descreveram o acusado como “extremamente inteligente” e socialmente amigável, mas relataram mudanças em seu comportamento após problemas de saúde.
Em uma declaração ao Civil Beat, R.J. Martin, fundador de uma comunidade co-living no Havaí onde Mangione residiu, afirmou que o acusado nunca demonstrou tendências violentas. “O Luigi que conheci é completamente incompatível com a ideia de um assassino”, disse Martin.
Histórico e captura
Mangione, graduado por uma universidade da Ivy League e ex-aluno destaque de uma escola privada em Maryland, foi encontrado com uma arma não rastreável e falsificações de identidade no momento da prisão. Um funcionário de um McDonald's o reconheceu pelas imagens de vigilância divulgadas pela polícia.
A arma apreendida — uma “ghost gun” equipada com um silenciador — era semelhante à usada no crime. Além disso, Mangione possuía documentos falsificados que combinavam com os usados pelo atirador para se hospedar em Nova York.
Em nota divulgada pelo deputado estadual de Maryland, Nino Mangione, a família expressou choque e tristeza. “Estamos devastados pela prisão de Luigi e pedimos orações por todos os envolvidos”, declararam.
O crime também trouxe à tona debates sobre o sistema de saúde dos EUA, com críticas ao papel de grandes seguradoras em negar tratamentos. Brian Thompson, pai de dois filhos, comandava a UnitedHealthcare desde 2021, após uma carreira de 20 anos na empresa.
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