247 - A morte a tiros de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, na última quarta-feira (4), abalou os Estados Unidos e desencadeou uma mistura de investigações policiais, debates sociais e um fenômeno midiático peculiar. Enquanto a polícia avança nas apurações, alguns internautas tratam o atirador como um "herói", possivelmente refletindo frustrações com o sistema de saúde privado norte-americano. O caso tem gerado grande repercussão nas redes, chegando ao ponto de inspirar concursos de sósias e discussões sobre o figurino do suspeito.
Segundo informações divulgadas pela CNN e outros veículos, Luigi Mangione, de 26 anos, foi preso na última segunda-feira (9) em um McDonald’s na Pensilvânia, como principal suspeito do crime. Mangione carregava um documento manuscrito com críticas às seguradoras de saúde, além de portar uma arma semelhante à usada no assassinato de Thompson. Ele foi detido inicialmente por porte de documentos falsos e uso de arma de fogo.
<h3>Peças de roupa e fascínio coletivo</h3>
Além da investigação policial, o caso tomou um rumo inusitado ao se transformar em um fenômeno cultural. A jaqueta que o atirador aparece usando em imagens divulgadas pelas autoridades tornou-se um objeto de desejo: mais de 700 unidades do modelo, supostamente da marca Levi's, foram vendidas em poucos dias. A peça foi identificada como uma jaqueta trucker com forro de moletom e capuz, disponível no site da Macy's por US$ 225. Apenas nas primeiras 48 horas após a divulgação das imagens, o item recebeu mais de 6 mil visualizações.
Outras peças atribuídas ao suspeito também chamaram atenção, como um moletom Prometheus Designs (US$ 400), uma mochila Peak Design (US$ 299,99) e tênis de couro da grife Hermès (US$ 1.050). Internautas discutem o alto custo desses itens, reforçando a peculiaridade do caso.
<h3>Concurso de sósias e objetos encontrados</h3>
No último sábado (7), Nova Iorque foi palco de um concurso de sósias inspirado no suspeito, que reuniu oito participantes usando roupas similares às imagens divulgadas. O evento, realizado em público, teve como prêmio simbólico US$ 50. Enquanto isso, a polícia encontrou uma mochila pertencente a Mangione em uma área do Central Park próxima à cena do crime. Dentro dela, havia uma jaqueta da marca Tommy Hilfiger.

Imagem divulgada pela Polícia de Nova York mostra o indivíduo procurado em conexão com o assassinato de CEO da UnitedHealthcare
05/12/2024

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Geral

Caso “assassino do CEO” nos EUA vira fenômeno cultural e tem até concurso de sósia do atirador

Reuters – Luigi Mangione, de 26 anos, acusado do assassinato do executivo Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, protagonizou um momento de fúria ao ser conduzido a um tribunal na Pensilvânia nesta terça-feira (10). O suspeito gritou contra os jornalistas presentes: “...completamente desconectados da realidade e um insulto à inteligência do povo americano!”, antes de ser contido pelos oficiais. Não ficou claro a que ele se referia.
A audiência marcou o início de uma longa disputa judicial. Mangione, representado pelo advogado Tom Dickey, informou que resistirá à extradição para Nova York, onde enfrenta acusações de homicídio e outros crimes. Apesar disso, especialistas acreditam que o processo é inevitável e apenas atrasará seu retorno ao estado.
Brian Thompson foi morto a tiros na manhã de 4 de dezembro, em frente a um hotel em Manhattan, em um ataque que a polícia classificou como premeditado. O crime gerou indignação e uma caçada ao suspeito, encerrada com a prisão de Mangione.
<h3>Manifesto e motivações</h3>
Documentos encontrados com Mangione no momento da prisão indicam uma possível motivação ideológica. Segundo a New York Times, um manifesto manuscrito detalha sua visão de corrupção na indústria de saúde dos EUA, referindo-se aos executivos como “parasitas” que “simplesmente mereciam”.
Mangione, que sofria de dores crônicas nas costas, teria enfrentado dificuldades para acessar tratamentos adequados, o que pode ter contribuído para sua revolta. Amigos descreveram o acusado como “extremamente inteligente” e socialmente amigável, mas relataram mudanças em seu comportamento após problemas de saúde.
Em uma declaração ao Civil Beat, R.J. Martin, fundador de uma comunidade co-living no Havaí onde Mangione residiu, afirmou que o acusado nunca demonstrou tendências violentas. “O Luigi que conheci é completamente incompatível com a ideia de um assassino”, disse Martin.
<h3>Histórico e captura</h3>
Mangione, graduado por uma universidade da Ivy League e ex-aluno destaque de uma escola privada em Maryland, foi encontrado com uma arma não rastreável e falsificações de identidade no momento da prisão. Um funcionário de um McDonald's o reconheceu pelas imagens de vigilância divulgadas pela polícia.
A arma apreendida — uma “ghost gun” equipada com um silenciador — era semelhante à usada no crime. Além disso, Mangione possuía documentos falsificados que combinavam com os usados pelo atirador para se hospedar em Nova York.
Em nota divulgada pelo deputado estadual de Maryland, Nino Mangione, a família expressou choque e tristeza. “Estamos devastados pela prisão de Luigi e pedimos orações por todos os envolvidos”, declararam.
O crime também trouxe à tona debates sobre o sistema de saúde dos EUA, com críticas ao papel de grandes seguradoras em negar tratamentos. Brian Thompson, pai de dois filhos, comandava a UnitedHealthcare desde 2021, após uma carreira de 20 anos na empresa.
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Mundo

Suspeito de assassinato de executivo de plano de saúde tem surto ao ser levado a tribunal nos EUA

Reuters – As autoridades de Nova York formalizaram, nesta segunda-feira (9), uma acusação de homicídio contra Luigi Mangione, suspeito de matar Brian Thompson, executivo da UnitedHealth, em um ataque premeditado em Manhattan. A captura do suspeito encerrou uma intensa caçada de cinco dias. Mangione, de 26 anos, foi localizado em Altoona, Pensilvânia, enquanto comia em um restaurante da rede McDonald's. Um cliente e um funcionário reconheceram o homem e acionaram a polícia. Segundo os agentes, ele estava mascarado, sozinho e com um laptop e mochila, e reagiu com nervosismo ao ser abordado.
Na mochila de Mangione, a polícia encontrou uma "arma fantasma" - fabricada com peças que dificultam o rastreamento -, um silenciador e outros itens que coincidem com os usados no crime. Além disso, foram apreendidos documentos falsos, uma quantia significativa de dinheiro e dispositivos eletrônicos que estão sendo analisados.
Motivação e histórico do suspeito
De acordo com Jessica Tisch, comissária da polícia de Nova York, foi encontrado um documento manuscrito que pode esclarecer as motivações de Mangione, que demonstrava "hostilidade contra o setor corporativo". Joseph Kenny, chefe de detetives do NYPD, apontou que a insatisfação do suspeito com o "corporativismo americano" pode ter impulsionado o crime.
Mangione é natural de Maryland, formou-se como orador oficial de sua turma em uma escola de elite em Baltimore e concluiu duplas graduações em engenharia pela Universidade da Pensilvânia, uma das Ivy League. Antes de sua prisão, ele residia em Honolulu, no Havaí.
O assassinato de Brian Thompson
Brian Thompson, de 50 anos, foi morto a tiros na manhã da última quarta-feira (4), enquanto chegava a um hotel em Manhattan. O assassino usava máscara e fugiu do local em uma bicicleta, depois pegando um táxi e um ônibus para escapar da cidade. As cápsulas das balas utilizadas no crime continham palavras gravadas como "negar", "defender" e "depor", uma possível alusão ao livro "Delay, Deny, Defend", que critica a indústria de seguros.
Thompson, CEO de uma unidade da UnitedHealth, era conhecido por sua trajetória de duas décadas na empresa. Ele estava em Nova York para uma conferência anual de investidores.
Impactos e reação pública
O caso reacendeu debates sobre práticas de seguradoras e o aumento nos custos de saúde nos Estados Unidos. Embora alguns comentários online tenham expressado frustração com as corporações do setor, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, rejeitou qualquer tentativa de justificar o crime. "Nos Estados Unidos, não matamos pessoas a sangue frio para resolver diferenças de opinião ou políticas", afirmou.
Enquanto a investigação segue, as autoridades estão analisando se Mangione agiu sozinho ou planejava outros ataques. O porta-voz da UnitedHealth expressou solidariedade à família de Thompson, destacando que sua morte representa "uma tragédia inimaginável".

Suspeito de matar executivo da UnitedHealth em Nova York preparou manifesto contra o setor corporativo

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