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    Luigi Mangione enfrenta acusações federais de homicídio e terrorismo

    Ele teria planejado por meses o ataque ao CEO da UnitedHealth motivado por seu ódio em relação à indústria de seguros de saúde

    Luigi Mangione comparece a audiência em tribunal na Pensilvânia - 10/12/2024 (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)

    Reuters – Luigi Mangione, de 26 anos, acusado de assassinar Brian Thompson, um alto executivo do grupo de saúde UnitedHealth, compareceu nesta quinta-feira (19) a um tribunal federal em Manhattan, nos Estados Unidos, para responder a acusações de homicídio e perseguição em âmbito federal. Além das novas acusações federais, Mangione já enfrentava, segundo promotores de Nova York, acusações estaduais que incluem homicídio e atos de terrorismo.

    De acordo com as investigações, Mangione teria planejado por meses o ataque, supostamente motivado por seu ódio em relação à indústria de seguros de saúde e a executivos de alta renda. O suspeito foi transferido das autoridades da Pensilvânia para a custódia da polícia de Nova York após abrir mão do direito de contestar sua extradição. Sob forte escolta policial, chegou de helicóptero a Manhattan, tendo ao fundo a figura do prefeito da cidade, Eric Adams, que já classificou o assassinato de Thompson como um verdadeiro ultraje.

    No processo federal, Mangione é acusado de usar uma arma de fogo com silenciador ilegal, além de dois crimes de perseguição e homicídio. Segundo a denúncia, um caderno apreendido pela polícia de Altoona, na Pensilvânia, continha anotações hostis ao setor de seguros de saúde, bem como uma referência clara a planos de atacar um executivo durante uma conferência de investidores. Em trecho reproduzido pelos promotores, consta: "Esta conferência de investidores é realmente um grande golpe. Mais importante ainda – a mensagem torna-se evidente." Outra nota encontrada teria sido um bilhete endereçado "Aos Federais", no qual Mangione negava ter atuado em conjunto com outras pessoas. "Eu não estava trabalhando com ninguém", dizia o documento, acrescentando: "Isso foi bem trivial: um pouco de engenharia social elementar, CAD básico, muita paciência."

    Além disso, promotores federais consideram a possibilidade de buscar a pena de morte para a acusação de homicídio federal. Isso seria incomum em Nova York, estado que não pratica a pena capital há décadas. Já a acusação de uso de silenciador, caso resulte em condenação, prevê pena mínima de 30 anos de prisão.

    A defesa, por meio da advogada Karen Friedman Agnifilo, alega que as acusações foram exageradas. "A decisão do governo federal de se sobrepor a um caso de homicídio em primeiro grau, já ligado ao terrorismo no âmbito estadual, é altamente incomum e levanta sérias preocupações constitucionais e sobre dupla penalização", disse a advogada. "Estamos prontos para combater essas acusações em qualquer tribunal."

    Mangione teria viajado interestadualmente, de ônibus, entre Atlanta e Nova York, utilizando-se também de telefone celular e da internet para planejar o crime, fato que abriu margem para as acusações federais. Após o assassinato de Thompson, ocorrido em frente a um hotel em Manhattan, o suspeito foi alvo de uma intensa caçada policial de cinco dias, que culminou em sua prisão em Altoona, na Pensilvânia. No momento da captura, Mangione portava uma pistola 9mm montada artesanalmente, um silenciador e documentos de identidade falsos.

    A promotoria de Manhattan, liderada por Alvin Bragg, acusa Mangione de terrorismo por supostamente tentar intimidar civis e influenciar políticas governamentais ao atacar o executivo da maior seguradora de saúde dos Estados Unidos. Embora o homicídio de Thompson tenha sido amplamente repudiado, parte da opinião pública aponta Mangione como um tipo de herói popular, em meio às críticas sobre os altos custos dos seguros de saúde e o poder das corporações do setor em negar tratamento médico a pacientes.

    Agora, o andamento do caso deve se desenrolar nos tribunais de Nova York, com a suspensão temporária do processo paralelo na Pensilvânia, onde Mangione também enfrenta acusações de porte ilegal de arma e falsificação de documentos. Cabe à Justiça avaliar a consistência das acusações e a adequação de uma eventual pena máxima.

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