Tensões diplomáticas entre Venezuela e Espanha escalam após exílio de González em Madri
Uma série de declarações ampliou a crise, incluindo um comentário da ministra da Defesa da Espanha, que chamou o governo Maduro de “ditadura”
247 - As relações diplomáticas entre Venezuela e Espanha enfrentam um momento de alta tensão após o exílio em Madri do opositor venezuelano Edmundo González Urrutia. Em resposta ao agravamento da situação, o chanceler venezuelano Yván Gil chamou para consultas a embaixadora venezuelana em Madri, Gladys Gutiérrez, e convocou o embaixador espanhol em Caracas, Ramón Santos, para uma reunião nesta sexta-feira (13) no Ministério das Relações Exteriores, informa o El País.
A decisão foi anunciada após uma série de declarações que ampliaram a crise, incluindo um comentário da ministra da Defesa da Espanha, Margarita Robles, que chamou o governo de Nicolás Maduro de “ditadura” ao relembrar o exílio de milhões de venezuelanos. Gil considerou as falas de Robles como “insolentes, injerencistas e grosseiras”, alertando que tais declarações podem piorar ainda mais as relações bilaterais.
As tensões cresceram depois que o presidente espanhol Pedro Sánchez recebeu González Urrutia na Moncloa e o Congresso aprovou uma moção pedindo ao governo espanhol que reconheça González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela. A medida ocorre em meio a alegações de fraude nas eleições venezuelanas de 28 de julho, que culminaram na reeleição de Maduro.
As críticas de Robles foram feitas durante um evento em Madri, onde comparou a situação na Venezuela a outros regimes totalitários, gerando reações do público presente. Esta foi a primeira vez que um membro do governo espanhol se referiu abertamente ao regime de Maduro como uma ditadura, marcando um ponto de inflexão na postura diplomática de Madri.
A resposta venezuelana foi imediata. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e um dos principais aliados de Maduro, sugeriu uma ruptura total das relações com a Espanha, incluindo a suspensão de voos e a expulsão de representantes diplomáticos. Embora a escalada de retórica tenha aumentado, as relações diplomáticas e comerciais ainda não foram rompidas.
Por sua vez, o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo, apelou pela calma e pela continuidade das relações comerciais, destacando a presença de cerca de 60 empresas espanholas na Venezuela, incluindo a petrolífera Repsol, além dos mais de 136 mil cidadãos espanhóis que vivem no país. “Vamos proteger nossos interesses e buscar manter as relações comerciais previsíveis”, afirmou Cuerpo.
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