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    Terroristas sírios invadem Homs e ficam mais perto da capital Damasco

    Tomar Homs, um ponto de conexão vital entre a capital e o Mediterrâneo, isolaria Damasco do litoral

    Terroristas sírios (Foto: Reuters/Mahmoud Hasano)

    Reuters - Rebeldes sírios entraram nos subúrbios da importante cidade de Homs neste sábado, afirmaram fontes, avançando rapidamente após uma semana de ofensiva relâmpago enquanto as linhas de frente desmoronam em todo o país e as forças do governo lutam para salvar o governo de 24 anos do presidente Bashar al-Assad.

    Um morador de Homs, fontes do exército e de grupos rebeldes disseram que os insurgentes romperam as defesas governamentais ao norte e a leste da cidade. O exército sírio não comentou imediatamente os relatos.

    Os combates se intensificaram no norte de Homs desde a noite de sexta-feira, com as forças do governo reforçando suas posições e realizando intensos ataques aéreos contra os rebeldes.

    Os insurgentes também tomaram quase toda a região sudoeste em apenas 24 horas e avançaram até 30 km de Damasco, à medida que as forças do governo recuavam para posições mais defensáveis, segundo os rebeldes.

    Reforçando a possibilidade de um novo levante na própria capital, manifestantes em um subúrbio de Damasco derrubaram uma estátua do pai de Assad, relataram moradores, com vídeos mostrando a estátua sendo destruída. Assad permanece em Damasco, segundo a agência estatal de notícias síria.

    Desde a ofensiva rebelde em Aleppo há uma semana, as defesas do governo desmoronaram rapidamente, com os insurgentes conquistando várias cidades importantes e se levantando em regiões onde a rebelião parecia ter sido sufocada.

    Além de capturar Aleppo no norte, Hama no centro e Deir al-Zor no leste, os rebeldes disseram ter tomado as cidades de Quneitra, Deraa e Suweida no sul.

    As ameaças simultâneas a Homs, estrategicamente vital, e à capital Damasco representam uma ameaça existencial ao governo de Assad e à influência contínua do Irã na região.

    O ritmo dos acontecimentos surpreendeu capitais árabes e levantou temores de uma nova onda de instabilidade regional.

    Conflito regional e intervenções estrangeiras - A guerra civil síria, que começou em 2011 como um levante contra o regime de Assad, atraiu grandes potências internacionais, criou um terreno fértil para militantes jihadistas planejarem ataques globais e deslocou milhões de refugiados para países vizinhos.

    Assad confiou por muito tempo em aliados para suprimir os rebeldes, com bombardeios da força aérea russa e tropas enviadas pelo Irã, incluindo o Hezbollah libanês e milícias iraquianas para reforçar o exército sírio.

    No entanto, desde 2022, a Rússia tem se concentrado na guerra na Ucrânia, e o Hezbollah sofreu grandes perdas em sua própria guerra contra Israel, limitando significativamente sua capacidade de apoiar Assad.

    Reunião entre Rússia, Irã e Turquia - Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Irã e Turquia se reuniram no sábado e concordaram com a importância da integridade territorial da Síria e com a retomada de um processo político. No entanto, não houve acordo sobre passos concretos, já que a situação no país se altera rapidamente.

    A Rússia, que mantém bases navais e aéreas na Síria, intensificou ataques aéreos para apoiar as forças do governo, mas sua capacidade de reforçar essa campanha permanece incerta.

    O Irã considerou enviar mais tropas à Síria, mas qualquer assistência adicional imediata dependeria do Hezbollah e de milícias iraquianas.

    Batalha por Homs - Um morador de Homs relatou ter visto os rebeldes avançarem além de uma base aérea da Força Aérea Síria ao norte da cidade, considerada uma área de defesa estratégica. Fontes rebeldes e do exército sírio confirmaram que os insurgentes já estão dentro da cidade.

    Tomar Homs, um ponto de conexão vital entre a capital e o Mediterrâneo, isolaria Damasco do litoral, reduto da seita alauíta de Assad e das bases militares russas.

    Na região sul, a queda de Deraa e Suweida na sexta-feira, seguida pela captura de Quneitra no sábado, poderia permitir um ataque coordenado à capital. As forças do governo recuaram até Saasa, a 30 km de Damasco, para se reagruparem.

    Deraa, com uma população de mais de 100 mil pessoas antes da guerra, tem um significado simbólico por ser o local onde o levante começou. Ela é a capital de uma província de cerca de um milhão de habitantes, na fronteira com a Jordânia.

    Colapso no Leste - No leste, uma aliança apoiada pelos EUA, liderada por combatentes curdos sírios, capturou Deir al-Zor na sexta-feira, segundo três fontes sírias, ameaçando a conexão terrestre de Assad com aliados no Iraque.

    Em um sinal de colapso das forças do governo, cerca de 2.000 soldados sírios cruzaram a fronteira para o Iraque em busca de refúgio, informou o prefeito da cidade fronteiriça iraquiana de al-Qaem.

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