Trump acusa tropas chinesas de operação ilegal no Canal do Panamá

247 - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou, em uma publicação nas redes sociais, as tropas chinesas de operarem ilegalmente na área do Canal do Panamá, informa a Sputnik.

Trump usou sua conta no Truth Social para criticar a presença chinesa na região e a atitude dos Estados Unidos em relação às despesas com o local, afirmando que Washington "coloca bilhões de dólares em dinheiro para reparos". "Feliz Natal a todos, incluindo aos maravilhosos soldados da China, que estão operando, carinhosamente, mas ilegalmente, o Canal do Panamá, onde perdemos 38.000 pessoas na sua construção há 110 anos", escreveu Trump, acrescentando que os Estados Unidos gastam grandes somas em "dinheiro de reparo", mas "não têm absolutamente nada a dizer sobre 'nada'."

Além disso, Trump reiterou sua posição de que, caso seja eleito presidente, exigirá a devolução do Canal do Panamá aos Estados Unidos, a menos que as autoridades panamenhas regulamentem o que ele considerou serem "taxas ridiculamente altas" cobradas pelo uso da via. Ele afirmou que o Canal do Panamá é um ativo nacional vital para os Estados Unidos, essencial para a economia e a segurança nacional. "Este 'golpe' deve parar", completou Trump, referindo-se ao que ele vê como uma cobrança excessiva.

A posição do ex-presidente foi prontamente respondida pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que reafirmou a soberania do país sobre o Canal. Em sua declaração, Mulino lembrou que, de acordo com o tratado de 1977, o canal pertence exclusivamente ao Panamá e que a soberania do país "não é negociável".

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou na segunda-feira (23) que o país "sempre respeitará a soberania do Panamá sobre o Canal do Panamá" e o reconhecerá como "uma via navegável internacional permanentemente neutra".

O Canal do Panamá, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, é uma das vias de transporte mais importantes do mundo, sendo fundamental para o comércio internacional. Sua construção, iniciada no final do século XIX e concluída em 1914, foi marcada por grandes perdas humanas.