Trump critica Zelensky por não negociar acordo para encerrar guerra na Ucrânia
Ex-presidente dos EUA afirma que até o "pior acordo" seria melhor do que o atual cenário de destruição e morte
247 – O ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato republicano à presidência, Donald Trump, criticou duramente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por não ter negociado com a Rússia para encerrar a guerra na Ucrânia. Em um comício realizado na Carolina do Norte na última quarta-feira, Trump afirmou que até o “pior acordo” seria preferível ao nível de devastação que o país enfrenta atualmente. A declaração foi destacada originalmente em um artigo da Al Jazeera, que cobriu o evento.
De acordo com Trump, a Ucrânia jamais será capaz de substituir seus "muitos mortos" e as cidades destruídas pelo conflito. “Essas cidades desapareceram. Estão acabadas, e continuamos a enviar bilhões de dólares para um homem que se recusou a fazer um acordo, Zelensky. Não havia acordo que ele pudesse ter feito que não fosse melhor do que a situação atual”, afirmou Trump a seus apoiadores. Ele acrescentou que, devido ao nível de destruição, a reconstrução da Ucrânia levaria "centenas de anos" e que não haveria dinheiro suficiente no mundo para isso.
"Um acordo ruim seria melhor"
Na mesma ocasião, Trump sublinhou que um acordo, ainda que desfavorável, teria evitado a destruição massiva e preservado vidas. “Se eles tivessem feito um acordo ruim, teria sido muito melhor. Eles teriam cedido um pouco, e todos estariam vivos e cada prédio estaria de pé, envelhecendo por mais 2.000 anos”, ressaltou o ex-presidente.
As críticas de Trump também foram direcionadas à postura de Zelensky em relação a ele. Segundo Trump, o presidente ucraniano tem lançado “pequenas difamações” contra ele, possivelmente em referência a uma entrevista recente publicada na revista The New Yorker. Na entrevista, Zelensky teria afirmado que Trump “não sabe como encerrar a guerra, mesmo que ele ache que sabe”.
Candidatura e promessas
Trump tem reiterado diversas vezes que, caso retorne ao cargo, seria capaz de pôr fim à guerra "quase imediatamente". No entanto, ele tem oferecido poucos detalhes concretos sobre como isso seria possível. Em uma entrevista anterior no podcast Lex Friedman, Trump mencionou ter "um plano muito exato" para resolver o conflito, mas disse que não pode revelar os detalhes antes de implementá-lo.
As críticas de Trump a Zelensky e à condução da guerra marcaram uma mudança mais explícita em sua postura em relação ao líder ucraniano, em um momento delicado no cenário internacional. Horas antes das declarações de Trump, Zelensky havia discursado na Assembleia Geral da ONU em Nova York, pedindo aos líderes mundiais que não aceitassem uma "trégua temporária" no conflito, mas sim um "verdadeiro, justo e duradouro" acordo de paz.
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