Trump prioriza solução para guerra na Ucrânia e minimiza crise no Oriente Médio
Presidente eleito dos EUA sinaliza possível redução de ajuda à Ucrânia e apela por cessar-fogo imediato com a Rússia
247 - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que resolver o conflito entre a Ucrânia e a Rússia será sua principal prioridade ao assumir o cargo em 20 de janeiro de 2025. Em entrevista à revista francesa Paris Match, publicada nesta quarta-feira (11), Trump ressaltou a gravidade das perdas humanas no conflito e sugeriu uma possível mudança na política externa americana, destaca o jornal O Globo.
“A prioridade é resolver o problema entre a Ucrânia e a Rússia. Ambos os países são vítimas de perdas humanas incríveis. Centenas de milhares de soldados estão morrendo”, afirmou Trump, enfatizando que um cessar-fogo imediato e negociações são essenciais.
As declarações aumentaram as especulações sobre a possível redução do apoio militar dos EUA à Ucrânia. Trump sugeriu que poderia diminuir ou até encerrar a ajuda, deixando claro que espera concessões por parte de Kiev para alcançar a paz. O presidente eleito fez essas observações após um encontro com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, durante a cerimônia de reabertura da Catedral de Notre-Dame, em Paris.
Zelensky rebate e cobra garantias de paz
Diante das declarações de Trump, Zelensky foi contundente ao afirmar que qualquer cessar-fogo precisa estar ancorado em garantias efetivas. “Quando falamos de uma paz efetiva com a Rússia, temos, antes de mais nada, de falar de garantias efetivas de paz”, escreveu o líder ucraniano na rede social X (ex-Twitter). Ele alertou que uma pausa nas hostilidades, sem garantias concretas, poderia ser explorada por Moscou para retomar ataques.
“Um cessar-fogo sem garantias pode ser reiniciado a qualquer momento, como Putin já fez antes. Para garantir que os ucranianos não sofram mais perdas, temos de assegurar a fiabilidade da paz e não fechar os olhos à ocupação”, reforçou Zelensky.
Oriente Médio em segundo plano
Trump também comentou a situação no Oriente Médio, considerando-a menos complexa do que a guerra na Ucrânia. Para ele, a escalada de tensões envolvendo Israel, Irã e grupos como o Hezbollah não exige intervenção direta dos Estados Unidos.
“Há muitas crises no mundo. Nos últimos dias, tivemos uma nova na Síria. Eles terão de gerenciar sozinhos porque não estamos envolvidos lá, nem a França”, afirmou à Paris Match. Ele ainda descreveu o Oriente Médio como uma prioridade secundária para seu governo.
Preocupações com o futuro apoio dos EUA à Ucrânia
Com a posse de Trump se aproximando, autoridades europeias temem que o apoio militar americano à Ucrânia seja drasticamente reduzido. O atual governo de Joe Biden anunciou recentemente um pacote de ajuda militar de US$ 988 milhões, incluindo drones, munições e veículos blindados para fortalecer a defesa ucraniana contra a Rússia.
Esse pacote, financiado pela Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, é o 22º desde o início do conflito, mas sua continuidade após janeiro de 2025 é incerta.
“Deve haver um cessar-fogo imediato e as negociações devem começar. Muitas vidas são perdidas desnecessariamente, muitas famílias destruídas e, se isso continuar, pode virar algo muito maior e muito pior”, alertou Trump em sua rede social Truth Social.
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