Turquia diz que nova administração síria deve ser inclusiva

DOHA, 8 de dezembro (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou neste domingo que a nova administração da Síria deve ser inclusiva, pois o povo sírio determinará seu próprio futuro após a derrubada do presidente Bashar al-Assad pelos rebeldes.

Os rebeldes sírios declararam a saída de Assad após tomarem o controle de Damasco neste domingo, encerrando o regime de mão de ferro de sua família após mais de 13 anos de guerra civil.

Em uma coletiva de imprensa em Doha, Fidan afirmou que o povo sírio não está em posição de reconstruir o país sozinho e que atores internacionais e potências regionais devem agir com prudência e preservar a integridade territorial do país.
Organizações terroristas não devem ser permitidas a tirar vantagem da situação, acrescentou.

"A partir desta manhã, a Síria alcançou uma etapa em que o povo sírio moldará o futuro de seu próprio país. Hoje há esperança", disse Fidan.
"A nova administração (síria) deve ser estabelecida de maneira ordenada, o princípio da inclusão nunca deve ser comprometido, e nunca deve haver desejo de vingança... É hora de unir e reconstruir o país", completou.

Questionado sobre o paradeiro de Assad, Fidan disse acreditar que ele está fora do país.
Ele afirmou que a Turquia não tem contato com Assad, apesar de um pedido do presidente Tayyip Erdogan para realizar conversas de normalização após anos de animosidade. Fidan acrescentou que Ancara tentou se aproximar de Assad, mas todas as tentativas fracassaram.

A Turquia afirmou que não apoiou a operação rebelde no norte da Síria e que a recusa de Assad em engajar-se em uma solução política séria desencadeou sua queda.

Fidan também ressaltou que armas químicas e materiais relacionados devem ser protegidos e que a Turquia – que abriga cerca de 3 milhões de migrantes da Síria – já começou a trabalhar no retorno dessas pessoas.