Ucrânia está pronta para cessar-fogo, que agora depende da Rússia, afirma Marco Rubio
Negociações na Arábia Saudita levam EUA a retomar apoio militar e de inteligência à Ucrânia, enquanto Moscou avalia proposta
247 - Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (10) a retomada imediata do auxílio militar e do compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, após conversações realizadas na Arábia Saudita. As informações são da Agência Reuters.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que levará a proposta ao governo russo e que o avanço das negociações agora depende de Moscou. "O presidente queria que essa guerra terminasse ontem... Portanto, nossa esperança é que os russos respondam 'sim' o mais rápido possível, para que possamos passar para a segunda fase disso, que são as negociações reais", declarou Rubio a jornalistas, referindo-se ao presidente dos EUA, Donald Trump, após mais de oito horas de conversações em Jeddah.
Durante o encontro, o governo ucraniano expressou disposição para aceitar uma proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias no conflito contra a Rússia. A decisão foi formalizada em uma declaração conjunta divulgada pelos dois países.
O presidente russo, Vladimir Putin, já declarou estar aberto a discutir um acordo de paz, mas a posição do Kremlin em relação ao cessar-fogo continua incerta. Autoridades russas têm reiterado que qualquer solução para o conflito deve garantir a "segurança de longo prazo" da Rússia. Além disso, Putin já descartou concessões territoriais e exige que a Ucrânia se retire completamente de quatro regiões ucranianas reivindicadas e parcialmente controladas por Moscou.
Nesta terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou apenas que "não descarta contatos" com representantes dos Estados Unidos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que estava na Arábia Saudita mas não participou diretamente das conversas, classificou a proposta de cessar-fogo como um avanço positivo, destacando que ela abrangeria toda a linha de frente do conflito, e não apenas as operações aéreas e marítimas.
"Quando os acordos entrarem em vigor, durante esses 30 dias de 'silêncio', teremos tempo para preparar com nossos parceiros, em nível de documentos de trabalho, todos os aspectos para uma paz confiável e segurança de longo prazo", afirmou Zelensky.
EUA buscam envolvimento da Rússia
Segundo Rubio, o plano será entregue aos russos por diversos canais diplomáticos. O assessor de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, deverá se encontrar com seu homólogo russo nos próximos dias, enquanto o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, viajará a Moscou para se reunir pessoalmente com Putin ainda nesta semana.
Trump também se manifestou sobre as negociações, afirmando que espera um cessar-fogo rápido e que planeja conversar diretamente com Putin. "Espero que seja nos próximos dias", declarou o presidente dos EUA durante um evento na Casa Branca.
O acordo entre Washington e Kiev representa uma mudança significativa em relação ao impasse ocorrido na reunião de 28 de fevereiro, quando Trump, conhecido por seu ceticismo em relação à assistência militar à Ucrânia, sinalizou resistência ao fornecimento de novos recursos ao país. Após aquele encontro, os EUA chegaram a suspender o compartilhamento de inteligência e o envio de armamentos para a Ucrânia.
Nesta terça-feira, porém, autoridades ucranianas confirmaram que o apoio militar dos EUA foi retomado. Trump também anunciou que pretende convidar Zelensky para uma nova visita à Casa Branca.
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