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    Ucrânia propôs conversas e desapareceu, diz Kremlin

    Kiev primeiro concordou em conversar com a Rússia, depois ficou em silêncio e colocou artilharia entre civis, alega o governo russo

    (Foto: Reuters)
    Juca Simonard avatar
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    RT - A Ucrânia concordou em negociar com a Rússia, escolhendo a capital polonesa de Varsóvia como o local para as negociações, depois fugiu de Moscou quando começou a implantar artilharia de foguetes dentro de bairros civis das principais cidades, afirmou o Kremlin na sexta-feira.

    O presidente Volodymyr Zelensky disse no início do dia que estava disposto a conversar com a Rússia para impedir a “invasão” da Ucrânia. O Kremlin comunicou os termos da Rússia para encerrar a operação militar destinada a “desmilitarizar e desnazificar” Kiev.

    "O lado ucraniano disse que reconsiderou a ideia de realizar negociações em Minsk, escolheu Varsóvia e desapareceu", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres na noite de sexta-feira.

    Peskov apontou que a pausa repentina ocorreu quando "elementos nacionalistas" começaram a implantar vários sistemas de lançadores de foguetes em áreas residenciais das principais cidades ucranianas, que a Rússia alertou que poderia levar a baixas civis que Moscou tenta evitar.

    O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse anteriormente que preparou uma delegação para negociações de paz com Kiev, que o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, concordou em sediar em Minsk. O diálogo dependia do “comportamento responsável de Kiev”, alertou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

    Mover as negociações para Varsóvia apresentaria um problema, pois a Polônia anunciou na sexta-feira que fecharia seu espaço aéreo para todos os voos russos.

    Enquanto isso, o presidente Vladimir Putin pediu aos militares ucranianos que assumam o controle e não permitam que os nacionalistas em Kiev usem suas famílias como escudos humanos.

    “Tome o poder em suas próprias mãos!”, disse o presidente russo, acrescentando que o exército seria um parceiro de negociação melhor do que “um bando de viciados em drogas e neonazistas” que “se entrincheiram em Kiev” e estão mantendo o povo da Ucrânia “refém”.

    A operação militar russa começou na quinta-feira, após pedidos das recém-reconhecidas Repúblicas Populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) por ajuda sob seus tratados mútuos com Moscou. A RPD e a RPL, que a Rússia reconheceu como estados independentes nesta semana, alegaram que estavam enfrentando um ataque iminente, enquanto Kiev insistiu que não planejava retomar a área à força. Putin insistiu que a operação militar era a única opção que restava depois que Kiev abandonou os acordos de Minsk mediados internacionalmente, que não apenas exigiam que ela mantivesse um cessar-fogo, mas também desse mais autonomia à região de Donbass.

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