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    Visita de Lula ao Egito marca 100 anos de diplomacia entre os dois países e fortalecerá comércio bilateral, diz embaixador

    Embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto avalia que a estabilidade social e econômica do país africano, além do seu papel moderador, aprofundam as relações entre os dois países

    Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante chegada ao Cairo. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, destacou o potencial do país africano que segundo ele mantém a estabilidade econômica e social numa região em que o conflito é um dado quase permanente, além de se situar entre o primeiro e o segundo maior destino de exportações brasileiras para a África. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (14) no Cairo, capital egípcia, em sua primeira viagem internacional deste ano.

    "Essa visita se enquadra num marco importante, afinal são 100 anos de relações diplomáticas ininterruptas", disse o embaixador. Na visita de Estado oficial do presidente Lula está prevista uma reunião, na quinta-feira (15), com o presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, além de assinaturas de atos bilaterais, almoço oficial e declaração à imprensa. O presidente Lula também visitará a sede da Liga dos Estados Árabes, no Cairo.

    Em 2023, o comércio bilateral entre os países chegou a US$ 2,8 bilhões (sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados). Na África, o Egito ficou atrás apenas da Argélia nas relações comerciais com o Brasil, com US$ 4,2 bilhões. O país africano também se tornou integrante do BRICS em 2024 e participará do G20 a convite do governo brasileiro, que preside o bloco até dezembro.

    "Há muito interesse aqui no Egito em tentar repetir, na medida das circunstâncias e possibilidades daqui, a experiência exitosa que tivemos com a Embrapa há 40 anos, quando conseguimos gradualmente tornar a agricultura brasileira uma potência", afirmou o embaixador brasileiro.

    O comércio bilateral tende a aumentar nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio a diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas, gelatina e colágeno. A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

    Ainda conforme o diplomata, Egito possui um papel estratégico no contexto geopolítico da região por ter uma diplomacia ativa e estar em uma zona em que os conflitos são quase que permanentes. "O Egito, a exemplo do Brasil, tem um papel moderador, um papel de equilíbrio em busca de soluções pacíficas para os conflitos aqui da região, especialmente agora no conflito entre Israel e Hamas. É importante ressaltar que o Egito teve papel fundamental de apoio à evacuação de cidadãos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza. Sem o Egito, nós não teríamos conseguido agir da maneira que nós agimos, com êxito", ressaltou Paulino Franco.

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