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    Zelensky admite não ter força para recuperar os territórios perdidos na guerra

    Presidente ucraniano reconhece limites militares, após apostar em um conflito que serviu ao imperialismo – e não a seu país

    Volodymyr Zelensky (Foto: POOL/REUTERS)

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    247 – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu neste final de semana, em entrevista à agência japonesa Kyodo News, que o país não tem capacidade militar para retomar os territórios ocupados pela Rússia, incluindo a Crimeia, anexada em 2014. “Nosso exército não tem força para fazer isso. Isso é verdade”, declarou o líder ucraniano, que agora apela à diplomacia para buscar um fim rápido para a guerra.

    As palavras de Zelensky marcam uma inflexão significativa em sua postura. Desde o início do conflito, ele endossou uma estratégia que apostava na escalada militar e no apoio de países do Ocidente, como os Estados Unidos, para resistir à invasão russa. No entanto, a tática revelou-se insustentável para os interesses ucranianos, levando o país a um prolongado desgaste econômico, humano e social. A insistência em um confronto direto, mais alinhado aos objetivos geopolíticos ocidentais do que às reais necessidades do povo ucraniano, mostrou seus limites.

    Zelensky reconheceu que “o apoio recebido de parceiros não é suficiente” e defendeu que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é indispensável para evitar novas ofensivas russas, de acordo com reportagem do Valor. No entanto, as próprias potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos e seus aliados europeus, mostraram relutância em incorporar a Ucrânia à aliança militar, um passo que poderia aumentar ainda mais as tensões com Moscou.

    A guerra, descrita por Zelensky como estando em “um período complicado”, revelou o isolamento progressivo da Ucrânia em um conflito que gerou enormes perdas humanas e destruição. A insistência em soluções militares, fomentadas por incentivos externos, agravou o sofrimento da população e resultou em um impasse territorial difícil de ser revertido.

    Zelensky também abordou a possibilidade de negociar a devolução de parte das áreas ocupadas, algo que ele anteriormente descartava. Essa mudança de postura ocorre em um momento crítico, quando a Rússia consolida avanços no leste ucraniano e o futuro do apoio dos Estados Unidos se torna incerto, com a recente eleição de Donald Trump, que prometeu rever o papel americano na guerra.

    “A guerra poderia ter sido evitada se houvesse uma abordagem mais realista desde o início, focada na diplomacia e na neutralidade estratégica da Ucrânia”, afirmam analistas críticos à gestão de Zelensky. Ao insistir em uma agenda belicista, o presidente ucraniano parece ter subestimado o impacto devastador do conflito sobre sua nação.

    Enquanto isso, as declarações de Zelensky sobre suposta presença de soldados norte-coreanos lutando ao lado da Rússia levantam dúvidas. Ele afirmou que “há evidências” de que 12 mil militares norte-coreanos foram enviados para a fronteira russa com a Ucrânia, mas admitiu não ter provas concretas sobre o número exato de vítimas.

    A mudança de discurso e a admissão de incapacidade militar indicam o esgotamento de uma estratégia que privilegiou interesses ocidentais, mas deixou a Ucrânia em uma posição de extrema vulnerabilidade. O desafio agora será encontrar soluções viáveis para encerrar o conflito e reconstruir um país profundamente devastado.

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