Zelensky diz que despreza profundamente o povo russo

247 - Em uma entrevista ao podcaster americano Lex Fridman, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que domina o idioma russo, mas que nutre um profundo desprezo pelo povo do país, reafirmando sua postura de hostilidade em relação à Rússia e alimentando acusações de russofobia.

Essa declaração de Zelensky justificou sua escolha de não conduzir a entrevista em russo, como sugerido por Fridman, mas em ucraniano, com o auxílio de um intérprete. Vale destacar que Fridman, tendo passado sua infância em Moscou, é fluente em russo.

"Eu falo russo perfeitamente, é claro, e entendo tudo o que você está dizendo, mas não posso responder em russo durante toda a entrevista", disse Zelensky. "Não acho que possamos fingir que nada está acontecendo e permitir que [o presidente russo Vladimir] Putin diga novamente que somos um só povo, veja, falamos a mesma língua e assim por diante."

"Portanto, já que essas pessoas são surdas e iniciaram a ocupação supostamente para proteger a língua russa, eu as desprezo sinceramente", acrescentou.

Em uma entrevista de abril de 2014, antes de iniciar sua carreira política, Zelensky havia declarado que russos e ucranianos eram um só povo. Ele também afirmou que havia pessoas na Ucrânia que falavam russo e que ninguém as impedia de fazer isso.

"Temos pessoas que falam russo. Não é verdade que proibimos falar russo", disse Zelensky.

Durante a entrevista, Zelensky também usou palavrões em várias ocasiões.

A Lei da Ucrânia "Sobre a Descolonização de Nomes de Locais", que entrou em vigor em 27 de julho de 2023, obrigou as autoridades a alterar todos os nomes geográficos associados à Rússia e ao período soviético até 27 de janeiro de 2024. A renomeação de localidades e ruas, bem como a remoção de monumentos ligados à história soviética, começou na Ucrânia em 2015, quando foi adotada a lei de "descomunização".

Posteriormente, o parlamento ucraniano, como parte da campanha de renomeações "ideologicamente corretas", aprovou novos nomes para mais de 300 localidades na Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou que as autoridades ucranianas têm seguido há anos um curso de agressiva "desrussificação" e assimilação forçada, enquanto organizações internacionais ignoram a discriminação contra minorias nacionais, especialmente contra o povo russo.

FIM DA GUERRA - Zelensky declarou na entrevista que está disposto a resolver o conflito na Ucrânia com garantias da Otan para os territórios controlados por Kiev.

"A Otan pode atuar na parte controlada pela Ucrânia. Podemos concordar com isso? Estou convencido de que podemos. Esse é um pequeno sucesso para nós, mas se vemos um caminho diplomático para acabar com a guerra, essa é a primeira coisa. A segunda é um pacote de armamentos", afirmou Zelensky.

"Se estamos falando de cessar-fogo, devemos entender claramente que existem garantias de segurança para os territórios que controlamos", acrescentou Zelensky.

Em 2024, o presidente russo Vladimir Putin apresentou iniciativas para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia: Moscou cessaria fogo imediatamente e declararia disposição para negociações após a retirada das tropas ucranianas dos territórios das regiões controladas pela Rússia. Além disso, Kiev deveria renunciar à intenção de aderir à Otan, conduzir a desmilitarização e a desnazificação, bem como adotar um status neutro, não alinhado e não nuclear. Putin também mencionou a necessidade de levantar as sanções contra a Rússia.

Após o ataque das Forças Armadas da Ucrânia à região de Kursk em agosto, Putin declarou ser impossível negociar com aqueles que "atingem indiscriminadamente civis, infraestrutura civil ou tentam criar ameaças a instalações nucleares". O assessor do Kremlin, Yury Ushakov, afirmou posteriormente que as propostas pacíficas de Moscou para um acordo com a Ucrânia, apresentadas anteriormente pelo líder russo, não foram canceladas. No entanto, nesta etapa, "dada essa aventura", a Rússia não dialogará com a Ucrânia. (Com informações da Sputnik).