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    Agenda de Lula no G20 terá três pilares: Amazônia, combate às desigualdades e reforma da ONU

    Presidente terá foco nas questões ambientais, da redução da pobreza e da defesa do multilateralismo

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

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    247 – Após as comemorações do 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca para Nova Deli, na Índia, onde participará da 18ª Cúpula do G20, o grupo das principais economias do mundo. O Brasil assume a presidência do bloco pela primeira vez na história, e o mandatário brasileiro pretende conduzir o foro internacional focando em três pilares centrais, que estão alinhados com a diplomacia de seu governo: proteção da Floresta Amazônica e combate às mudanças climáticas, erradicação da fome e desigualdade, e uma nova governança global com reformas em organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), segundo informam os jornalistas Ana Flávia Castro e Raphael Veleda, do Metrópoles.

    Lula destacou sua preocupação com a desigualdade em diversas dimensões, incluindo gênero, raça, acesso à saúde e educação, afirmando: "Semana que vem irei para a Índia, no encontro do G20. Um encontro importante para o Brasil. Eu vou lá para discutir com ele uma coisa que me incomoda: a desigualdade. Desigualdade de gênero, racial, no acesso à saúde e à educação. É preciso que esse mundo seja mais justo."

    O Brasil já tem ocupado um protagonismo significativo em vários foros internacionais, incluindo a presidência do Mercosul, onde coopera com Argentina, Paraguai e Uruguai, além de sediar a Cúpula da Amazônia e desempenhar um papel fundamental em ações regionais na América do Sul.

    O Grupo dos Vinte (G20), que o Brasil presidirá de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024, é o principal fórum de cooperação econômica internacional. Composta por 19 países e a União Europeia, a organização representa quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e abriga cerca de 70% da população global, concentrando aproximadamente 75% do comércio internacional.

    Os três principais temas que o Brasil trará para a agenda do G20 têm como denominador comum o objetivo de combater a desigualdade em suas diversas formas. Antonio Jorge Ramalho da Rocha, internacionalista da Universidade de Brasília (UnB), ressalta que essas demandas são processos contínuos que podem ser gradualmente melhorados ao longo do tempo.

    No entanto, Rocha também observa que a orientação política e o engajamento das lideranças são cruciais para o sucesso dessas iniciativas. Além disso, Lula defenderá com afinco a reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma mudança discreta, mas significativa, que depende da vontade dos Estados-membros para ser concretizada.

    A proposta de uma nova governança global, frequentemente mencionada por Lula, busca criar organismos multilaterais mais inclusivos, rompendo com a hegemonia tradicional dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. O Brasil já ocupa o cargo não permanente no Conselho de Segurança da ONU desde janeiro de 2022, o que lhe confere a oportunidade de influenciar questões relacionadas a conflitos internacionais e missões de paz.

    A liderança brasileira no G20 também se baseia na expansão do grupo Brics, que agora inclui seis novos membros: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia, aumentando a representatividade do Sul Global nas discussões diplomáticas globais.

    Com desafios globais cada vez mais complexos, o Brasil sob a presidência de Lula busca desempenhar um papel ativo na construção de um mundo mais equitativo e sustentável, tendo como base a proteção ambiental, a erradicação da fome e uma governança global reformada. A Cúpula do G20 em Nova Deli será um momento crucial para a definição do curso dessas importantes questões globais.

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