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Após recado das urnas, PT vê Lula como única opção para 2026

Partido aposta em Lula como a força para enfrentar a centro-direita em 2026 e evita discutir alternativas para sucessão

Luiz Inário Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

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247 – Com as fissuras internas após o desempenho aquém do esperado nas eleições municipais, o Partido dos Trabalhadores (PT) está convencido de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a única opção sólida para 2026. No atual cenário, marcado pelo fortalecimento da centro-direita, Lula desponta como o nome mais viável para o partido se manter competitivo em uma possível disputa contra uma coalizão de centro-direita ou bolsonarista. Fontes próximas ao presidente apontam que sua eventual desistência seria um verdadeiro “tsunami” para o partido, segundo aponta reportagem do Globo.

O processo de renovação interna do PT, previsto para o primeiro semestre de 2025, terá Lula no centro das discussões, mas dificilmente abrirá espaço para alternativas à sua candidatura. Ao completar 79 anos recentemente, Lula, que poderia alcançar os 81 no início de um novo mandato, é visto como a única figura capaz de catalisar votos e manter o apoio das camadas populares, especialmente em um momento em que o bolsonarismo sinaliza avanços em setores como o Senado.

A confiança no nome de Lula, segundo integrantes da cúpula do partido, é tamanha que ele próprio teria o poder de conduzir sua sucessão caso optasse por não disputar. Nos bastidores, o tema é praticamente um tabu, e a hipótese de renúncia de Lula sequer é cogitada oficialmente. A influência do presidente dentro do PT é tão forte que ele se tornou uma instância maior do que o próprio diretório nacional.

Dependência e resistência à renovação

A “Lulodependência” dentro do partido é reforçada, segundo aliados históricos, pela falta de um sucessor que espelhe seu carisma e alcance popular. Desde a redemocratização, Lula esteve à frente do PT nas campanhas presidenciais de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006 e mais recentemente em 2022. Ele apenas não concorreu em 2010, quando apoiou Dilma Rousseff; em 2014, durante sua reeleição; e em 2018, devido à sua prisão, quando Fernando Haddad o representou em campanha.

Essa fidelidade quase inquestionável ao nome de Lula foi novamente colocada à prova nas recentes eleições municipais. Embora o partido projetasse superar a marca de 300 prefeituras, o resultado foi inferior ao esperado, com o PT conquistando 252 prefeituras. Na única capital onde venceu, Fortaleza, Evandro Leitão derrotou o bolsonarista André Fernandes por uma margem apertada, consolidando uma exceção em meio ao fortalecimento da direita em outras regiões.

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