BBC aponta seis frentes de investigação contra o clã Bolsonaro
Do envolvimento com acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 2018, à possibilidade de um "novo AI-5" levantada em 2019, passando pelo uso massivo de fake news na eleição de 2018 e a chamada 'rachadinha', a família Bolsonaro é alvo de seis frentes de investigação
247 - Reportagem da BBC mostra seis frentes de investigação que têm como alvo um ou mais membros do Clã Bolsonaro. "Há acusações de prática de rachadinha — quando funcionários do gabinete devolvem parte dos salários para políticos —, de disseminação de notícias falsas, de uso de funcionários fantasmas, de quebra de decoro parlamentar e de ligação com suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes", conta a reportagem.
Veja abaixo:
1. Caso Queiroz
Ex-assessor de Flávio e amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 1980, Fabrício Queiroz passou a ser investigado em 2018 depois que o Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira) identificou diversas transações suspeitas suas. Somente entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão, valor incompatível com seu patrimônio e ocupação.
2. CPMI das Fake News
Depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que está em andamento, apontam a participação de Carlos e Eduardo Bolsonaro e de assessores próximos à família Bolsonaro em campanhas na internet para atacar adversários com uso frequente de notícias falsas. A ex-aliada e ex-líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP) apresentou dossiê em que aponta sofisticado esquema de "milícias digitais" em torno de Bolsonaro que pratica ataques orquestrados a críticos de sua gestão.
3. Suspeita de uso de assessores-fantasmas por Carlos Bolsonaro
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga, sob sigilo, o vereador Carlos Bolsonaro após reportagens apontarem que assessores nomeados em seu gabinete nunca exerceram de fato essas funções. Suspeita-se, a exemplo do irmão Flávio Bolsonaro, que haja um esquema de rachadinha, com os funcionários devolvendo o salário, parcial ou integralmente.
4. WhatsApp na eleição de 2018
Após denúncia na Folha de S.Paulo, ainda em 2018, de que empresas compraram, sem declarar à Justiça Eleitoral, pacotes de disparos em massa de mensagens no WhatsApp contra o PT, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a investigar a campanha presidencial de Jair Bolsonaro.
5. Novo AI-5
Em entrevista à jornalista Leda Nagle, quando perguntado sobre os recentes protestos no Chile, o deputado federal Eduardo Bolsonaro levantou a possibilidade de um "novo AI-5", passando a ser alvo de processos na Câmara e no STF. "Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5", disse.
6. Caso Marielle
Depois que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro reside, afirmou à polícia que Élcio Queiroz, um dos acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, se dirigiu à casa de Bolsonaro horas antes do homicídio, o clã se viu envolvido na investigação.
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