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    Bolsonaro acusa Celso de Mello de crime e inocenta Weintraub e Salles

    Jair Bolsonaro acusou o decano do STF de abuso de autoridade pela decisão que divulgou o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. "O criminoso não é o Weintraub, não é o Salles, não é de nenhum de nós. A responsabilidade de tornar público aquilo é de quem suspendeu o sigilo da reunião", disse Bolsonaro

    (Foto: Divulgação)

    247 - Jair Bolsonaro voltou a atacar o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, pela decisão de divulgar o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. 

    Em declaração na manhã desta quinta-feira, 28, em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro acusou o decano de abuso de autoridade por derrubar o sigilo do conteúdo da reunião.

    "Ele (Celso de Mello) é o responsável. Peço pelo amor de Deus que não prossiga esse tipo de inquérito a não ser que seja pela lei do abuso de autoridade, que está bem claro de quem divulga vídeos, imagens, ou áudios do que não interessa ao inquérito. Está lá, um a quatro anos de detenção. O criminoso não é o Weintraub, não é o Salles, não é de nenhum de nós. A responsabilidade de tornar público aquilo é de quem suspendeu o sigilo de uma sessão cujo vídeo foi chancelado como secreto", afirmou Bolsonaro. 

    Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que “não haverá mais outro dia como ontem” e que “acabou, porra”, numa referência à operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão na quarta contra pessoas aliadas a ele e acusadas de envolvimento na produção e distribuição e fake news.

    Leia também reportagem da Sputnik Brasil sobre o assunto:

    O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (28) a ação da PF realizada na quarta-feira (27), no âmbito de inquérito das fake news do STF: "As coisas têm um limite, ontem foi o último dia". 

    A Polícia Federal cumpriu na quarta-feira (27) 29 mandados de busca e apreensão por determinação de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal.

    A operação faz parte de inquérito aberto pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, para investigar disseminação de notícias falsas e ataques à democracia nas redes sociais. Entre os alvos da ação estavam vários aliados de Bolsonaro. 

    "Não são bandidos, não são marginais, não são traficantes. Muito pelo contrário", disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, onde discursou diante das câmeras e da imprensa, sem permitir perguntas dos jornalistas. O pronunciamento foi transmitido pela CNN Brasil. 

    O chefe de Estado disse ainda que não haverá um "dia igual ao de ontem".

    'Acabou, porra'

    "Mais um dia triste na nossa história. Mas o povo tenha certeza, foi o último dia triste", afirmou. "Repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega. Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro o juramento que fiz quando assumi a presidência da República", acrescentou. 

    Em determinado momento, Bolsonaro afirmou: 'Acabou, porra. Me desculpe o desabafo. Acabou".  Em seguida, criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de determinar as buscas e apreensões. 

    "Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas, tomando de forma quase que pessoal certas ações. Somos um país livre, e vamos continuar mesmo com sacrifício da vida. Peço a todos meus colegas que vamos buscar entendimento. Não vamos permitir que uma pessoa tome decisões no nome de todos", disse. 

    'Ordens absurdas não se cumprem'

    O presidente também questionou o Poder Judiciário e decisões monocráticas do STF. 

    "Não podemos falar em democracia sem Judiciário independente, Legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado", argumentou.

    Além disso, Bolsonaro disse que a operação de ontem da PF era prova de que "nunca" teve 'intenção" de "controlar" o órgão. Mas, acrescentou: "Ordens absurdas não se cumprem".

    Após a operação, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo a suspensão do inquérito 4.781, que apura fake news, ofensas e ameaças contra integrantes do Tribunal, com o argumento de que a investigação é inconstitucional por ter sido aberta sem participação do Ministério Público. 

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