Chico Alencar questiona encerramento das investigações sobre o caso Marielle Franco

247 - A decisão da Polícia Federal (PF) de encerrar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018, gerou forte repercussão entre seus correligionários do PSOL. O deputado federal Chico Alencar (RJ) afirmou que a conclusão das apurações é precipitada e defendeu que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, sejam ouvidos em busca de novas provas.

"Achamos que a conclusão do inquérito é um pouco precipitada, inclusive porque os Brazão e o Rivaldo ainda não foram ouvidos", declarou Alencar. Segundo ele, a bancada do PSOL vai solicitar uma audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para garantir que esses depoimentos sejam realizados.

Alencar argumenta que a versão do ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, ainda não foi totalmente comprovada. "Uma boa investigação, ouvindo mais gente, traria elementos de prova mais consistentes. Até agora, pelo que sei, não dá pra aceitar como 'solução definitiva do caso'", disse o deputado. As informações são do jornal O Globo.

Em delação premiada, Lessa afirmou que os irmãos Brazão lhe prometeram o comando de uma nova milícia que controlaria um loteamento na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Ele também alegou que formaria uma sociedade com os Brazão e Edmilson Macalé, morto em 2021, com rendimentos estimados em R$ 100 milhões.

Chico Alencar considera improvável que o suposto esquema criminoso se restrinja apenas aos irmãos Brazão, Lessa e Rivaldo. "Nós consideramos plausível a história da grilagem das terras e dos negócios imobiliários para implantar um domínio miliciano em Jacarepaguá, curral de votos deles. Mas um empreendimento dessa grandiosidade implicaria mais gente", afirmou.