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    Com governo sem rumo, aliados se afastam e ampliam isolamento de Bolsonaro

    Em apenas nove meses de governo, Jair Bolsonaro vem perdendo apoio não apenas junto à população, mas também no círculo mais próximo de aliados. Empresários, profissionais de comunicação, parlamentares e até ex-ministros estão se distanciando cada vez mais devido a disputas por espaços políticos nas próximas eleições, bem como por divergências em relação às demissões registradas e a ingerência dos filhos do ex-capitão na atual gestão

    Jair Bolsonaro (Foto: PR)

    247 - A perda de apoio de Jair Boslonaro não se reflete apenas nas pesquisas junto à opinião pública, mas também no círculo mais próximo de aliados. Em apenas nove meses, antigos apoiadores com empresários, profissionais de comunicação, parlamentares e até ex-ministros estão se distanciando cada vez mais do ex-capitão e do próprio governo. As motivações vão desde a disputa por espaço político nas eleições do próximo ano, como devido a divergências em relação às demissões registradas e a ingerência dos filhos do ex-capitão na atual gestão. 

    Entre os nomes que já se afastaram estão os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que eram vistos como potenciais cabos eleitorais dos candidatos apoiados por Bolsonaro nas eleições do próximo ano. Witzel (PSC), a se afastarem, destaca reportagem do jornal Valor Econômico. Nem mesmo o mote da luta contra a corrupção, um dos pontos da campanha presidencial que elegeu Bolsonaro, tem encontrado eco junto aos apoiadores. 

    A indicação de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os movimentos do governo para impedir a criação da CPI da Lava Toga foram vistos como uma tática para barrar as investigações que envolvem o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro, no chamado Caso Queiroz. As investigações visam apurar suspeitas de desvios e apropriação irregular de salários de servidores na época em que ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

    A movimentação levou ao afastamento de comunicadores digitais ligados a extrema direita e terminou na saída da senadora Selma Arruda (MT) do PSL e posterior migração para o Podemos. O senador Major Olímpio (PSL-SP) também vem demonstrado insatisfação com os rumos do governo e já vem sendo sondado por outras legendas. O deputado federal Alexandre Frota (SP), que integrou a tropa de choque bolsonarista, também deixou o partido criticando o governo e migrou pra o PSDB.  

    Até mesmo grupos de extrema direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL), que deu suporte e apoio a Bolsonaro na eleição de 2018 e apoiou o golpe de 2016, estão cada vez mais distantes. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), vem criticando cada vez mais a gestão bolsonarista e ampliando o isolamento do atual ocupante do Palácio do Planalto. 

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