Conversa ‘ruim’ entre Lula e Lira teria definido julgamento no STF sobre orçamento secreto
Segundo a jornalista Malu Gaspar, Lula não teria gostado do tom do presidente da Câmara no fim de semana, fazendo mais exigências
247 - Tudo indica que uma conversa “ruim” entre Lula e Arthur Lira (PP-AL) no fim de semana teria definido o resultado surpreendente do Supremo Tribunal Federal, que nesta segunda-feira (19) declarou o orçamento secreto inconstitucional.
Segundo relata a jornalista Malu Gaspar, do Globo, o ministro Ricardo Lewandowski, que deu o voto decisivo para formar maioria pelo entendimento da relatora Rosa Weber, contra as emendas de relator sob sigilo, já tinha dado a entender no cafezinho do Congresso que as mudanças feitas pelos parlamentares no mecanismo eram suficientes para a exigência da Corte - Lewandowski chegou a dar declarações públicas sobre isso.
O que mudou: a conversa que Lula teve com Lira no domingo, diferentemente de outras, não foi boa. O futuro presidente não teria gostado do tom do presidente da Câmara, ficando “muito irritado”. Lira disse que não conseguiria aprovar a PEC da Transição com prazo de dois anos e valor de R$ 145 bilhões para gastos sociais. Os líderes, segundo ele, só aceitariam um ano.
Para dar o que o petista quer, ele precisaria de cargos e espaço no governo. Lula respondeu que o PT já teria cumprido com seu acordo, e o deputado respondido que os líderes queriam mais.
“Segundo o próprio Lula relatou a aliados, a conversa e o tom usado por Lira o teriam feito concluir que precisava ‘botar um freio’ no presidente da Câmara – e, na tradução livre dos interlocutores, mostrar quem de fato manda”, informa a jornalista.
“Nas palavras de um petista bem próximo de Lula, a posição do presidente eleito, junto com o voto de Gilmar Mendes retirando os pagamentos do Bolsa Família do teto de gastos, liberaram Lewandowski para ‘fazer o que sempre quis’, votando junto com Rosa Weber e derrubando o orçamento secreto”, concluiu.
O debate sobre a redução do prazo da PEC para um ano acontece nesta terça-feira (20), quando a proposta será votada, em reuniões com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes da Câmara.
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